A importância de Albert Hermann Friedrich Weege para a Colônia Blumenau e seu legado
Capa: Fotografias de Albert Hermann Friedrich Weege em tempos históricos distintos, ilustrando a jornada de feitos que marcaram a história da região da antiga Colônia Blumenau. Primeira fotografia retirada do livro “Colônia Blumenau – no Sul do Brasil”, segunda do livro “Centenário de Blumenau”, terceira e quarta, acervo do Museu Weege, fotografias de fotografia, in loco. Hermann Weege o único, dentre os 15 filhos do casal pioneiro Carl Weege e Caroline Auguste Sophie Grützmacher que teve a chance de estudar e sair da colônia para aprender um ofício, além de cultivar a terra e trabalhar com a criação de animais – quase uma necessidade de todos os pioneiros que fundavam as cidades da região, mesmo munidos de outras profissões. Hermann nasceu no Rio do Testo em 28 de maio de 1877 e frequentou o colégio católico do Stadtplatz da Colônia Blumenau fundado pelo Padre José Maria Jacobs. Na época era o Colégio São Paulo, que ficou conhecido como Colégio Santo Antônio, o atual Colégio Bom Jesus Santo Antônio.
A nossa proposta no presente artigo é de lhes apresentar o pioneirismo e efeitos do filho de um pioneiro da região, que teve 15 filhos, entre eles, a presente personalidade histórica da Colônia Blumenau, Albert Hermann Friedrich Weege, conhecido como Hermann Weege.
A Colônia Blumenau surgiu como uma empresa privada idealizada por Hermann Bruno Otto Blumenau que, em um primeiro momento, teve como sócio, o imigrante alemão Ferdinand Ernst Friedrich Hackradt, o qual residia na cidade de Nossa Senhora de Desterro – Capital da Província de Santa Catarina. A empresa de Hermann Blumenau e de Ferdinad Hackradt se chamava Blumenau & Hackradt.
Era uma “Firma” na forma de uma colônia agrícola. Em 1848 fizeram a primeira viagem juntos até a foz do Ribeirão da Velha.
A firma operou como empresa particular de agricultura e indústria. Na época, nos primeiros tempos, enquanto Hermann Blumenau retornava à Europa para buscar os imigrantes, Ferdinand Hackradt permaneceu nas terras, preparando a área, construindo ranchos, efetuando plantações e preparando o local para as primeiras acomodações dos colonos – no caso – imigrantes alemães. Algumas famílias de imigrantes alemães já moravam nas redondezas, como por exemplo a família Wagner.
Hermann Blumenau foi para a região, que, atualmente é o território da Alemanha, buscar os primeiros imigrantes que residiriam na sua colônia. Depois de um longo período de tempo, quando já retornava da Europa, Blumenau recebeu uma carta de Hackradt informando-o de que estava deixando a sociedade, por alguns motivos, que não vem ao caso nesse momento. Isto já era no ano de 1850. Hackradt voltou então a residir em Nossa Senhora do Desterro – capital da província na qual tinha negócios.
A Colônia Blumenau abrangia quase o mesmo território do Alto e Médio Vale do Itajaí atual.
A atual cidade de Pomerode, na época, fazia parte da grande Colônia Blumenau e tem ligação direta com a história do sócio de Hermann Blumenau. Mesmo quando já estava em Desterro, Hackradt teve participação importante na fundação da povoação de Pomerode – na qual foi residir o primeiro imigrante Weege. Em 1863, alguns colonos liderados por ele – Hackradt, decidiram explorar um dos afluentes do rio Itajaí-Açu desde a nucleação de Badenfurt, atual bairro de Blumenau.
O grupo abriu caminho para os lados do Testo. Foram abertas picadas ao longo do curso do rio que também foi chamado de Testo. A partir de então, a penetração na mata continuou abrindo-se os primeiros caminhos e primeiro passo para a fundação da povoação a qual resultou na cidade de Pomerode, a partir da chegada dos primeiros imigrantes pomeranos – oriundos da mistura de povos germanos (cristãos convertidos – teotônicos e romanos) e eslavos – que povoavam o atual território do Norte da Alemanha e parte da Polônia. Estes imigrantes recebiam lotes após um primeiro parcelamento do solo, onde cultivavam arroz, batata, fumo, aipim, feijão e criação de rebanhos.
Na 2° metade do século XIX, os imigrantes pomeranos anda não se denominavam alemães, pois haviam sido “convertidos ao cristianismo” pelas cruzadas teutônicas, após o século XII e a partir de então, passaram a fazer parte do Sacro Império Romano Germânico. Conversão nem sempre feita de forma pacífica. Também não existia o estado alemão que passou a existir somente em 1871.
Entre uma dessas famílias pomeranas, catorze anos após este movimento – em 3 de julho de 1868, estava o casal Johann Carl Friederich Wilhelm Weege (1823 + 1888) e Henriette Düsing (1820 +1897) com os filhos: Auguste Luise Paulina Weege (1844–1930), Johann Friedrich Weege (1852–1920), Carl Friedrich August Weege (1856–1939) e Albertine Caroline Auguste Weege (1861–1943). Viajaram de Hamburgo para o Brasil, no Veleiro Lord Brougham. Chegaram às suas terras, localizadas no Rio do Testo, mais especificamente, onde hoje está a localidade conhecida como Pomerode Fundos. Em posse da terra, a família começou a cultivá-la, como faziam os demais chegantes, quase todos imigrantes pomeranos.
A família Weege é originária de Regenwalde – distrito da antiga cidade de Lobez – às margens do Rio Rega, atualmente conhecida como Dü Lobez, cujo distrito é chamado de Resko, na época – região da antiga Pomerânia e atualmente está localizada no território da Polônia.
Um dos filhos de Johann Carl Friederich Wilhelm Weege de Regenwalde, o garoto Carl Weege, ou Carl Friedrich August Weege, que chegou junto com os irmãos e tinha 12 anos, cresceu na povoação de Pomerode (em homenagem a estes pomeranos que chegavam à Colônia, e em parte da Colônia Blumenau), quando adulto se casou com Caroline Auguste Sophie Grützmacher.
Carl Friedrich August Weege, negociou com a Companhia Colonizadora, um lote colonial, área de terra em que lavrou e colheu, como também criou animais.
O casal Carl Friedrich August Weege e Caroline Auguste Sophie Grützmacher teve 15 filhos: Albert Hermann Friedrich Weege (1877–1947), August Albert Wilhelm Weege (1878–1941), Hermann Wilhelm Gustav Weege (1880–1950), Johanna Berta Karoline Weege (1881–1888), Wilhelmine Emilie Ernestine Weege (1883–1981), Emil Richard August Weege (1884–1893), Johann Carl Wilhelm Weege (1884–1893), Auguste Karoline Emilie Weege (1887–1895), Gustav Wilhelm Hermann Weege (1888–1926), Berta Auguste Wilhelmine Weege (1889–1948), August Carl Richard Weege (1890–1891), Wilhelmine Johanna Karoline Weege (1892–1981), Carl August Hermann Weege (1894–1894), Emil Albert Wilhelm Weege (1895–1961) e Anna Weege (1900–1953).
Seu filho mais velho Albert Hermann Friedrich Weege, ou como ficou conhecido – Hermann Weege – foi o único que teve a chance de estudar e sair da colônia para aprender um ofício, além de cultivar a terra e trabalhar com a criação de animais – quase uma necessidade de todos os pioneiros que fundavam as cidades da região, mesmo munido de outras profissões. Hermann nasceu no Rio do Testo em 28 de maio de 1877. Frequentou o colégio católico do Stadtplatz da Colônia Blumenau fundado pelo Padre José Maria Jacobs – na época era o, que ficou conhecido como Colégio Santo Antônio e atualmente, é o Colégio Bom Jesus Santo Antônio.
Em 1891, com a idade de 14 anos, Hermann Weege foi trabalhar como aprendiz na Casa Comercial Malburg, em Itajaí e com 18 anos, decidiu ir trabalhar na Firma Francisco Hauer de Curitiba. Após 3 anos retorna de Curitiba para casa paterna, de bicicleta. Casa Comercial Malburg onde também empregou Carl Hoepeck e Leopold Hoeschl.
Em 15 de julho de 1896 Hermann Weege casou-se em Blumenau, com Anna Wiebke Luise Pauline Karsten, que então passa a adotar o nome Weege – filha de Johann Heinrich Christian Karsten e de Margarethe Karsten (Sievers) – imigrante oriundos da província de Schleswig-Holstein – da região que mais tarde seria parte do território da Alemanha – 1871. Karsten foi o fundador da Firma Johann Karsten no Testo Rega que existe até os dias atuais. Estas duas famílias, Weege e Karsten, tiveram outros casamentos entre si – nas gerações futuras. Também os Karsten fizeram parte do grupo de alemães que migraram para o Brasil para trabalhar nas fazendas de café, no Sudeste do país.
Em 2 de agosto de 1901, Hermann Weege funda seu próprio negócio, usando suas economias de trabalhos fora da povoação, na qual, os muitos imigrantes que ali residentes, trabalhavam somente na lavoura e criação de animais, e não existia estabelecimento de comércio formal.
A primeira ideia, ao fundar o negócio, era a Compra e Venda de produtos agrícolas, centralizando a comercialização. Como faziam todos os comerciantes em todo o território da Colônia Blumenau. Nesta época, o colono tinha muita dificuldade em levar o excedente agrícola a um provável consumidor, por vários motivos. Principalmente, porque os caminhos e os meios de transporte eram muito rudimentares. Uma viagem a outra povoação dentro da Colônia Blumenau podia levar muito tempo, o que não era muito bom, porque boa parte dos produtos eram perecíveis.
Com o passar do tempo e o aumento dos negócios, reflexo do aumento da população local, foi construído junto ao comércio um pequeno abatedouro de suínos que tinha como objetivo a produção de carne, embutidos e banha. A carne suína é um dos principais ingredientes, até hoje, da gastronomia alemã, como também seus derivados. Como por exemplo: Eisbein (Joelho de porco defumado), Kassler (Bisteca de Porco defumada), Zülse (Geleia dos miúdos, pele, orelhas, …etc), linguiças, morcelas, salsichas, etc.
Conforme Gottlieb Reif já havia feito pioneiramente, Hermann Weege importou um locomóvel a vapor que acionava as máquinas de sua fábrica alimentícia por um sistema de eixos e polias e que também, simultaneamente, fazia funcionar um gerador, que alimentava o circuito de iluminação elétrica, composto por lâmpadas. Gottlieb Reif, importou 9 destes.
Em 1912, Weege adquiriu um automóvel – da marca Protos modelo 17-35 PS Landaulet, registrado como o primeiro automóvel de Pomerode. Seus carros foram os primeiros a usar o motor de partida elétrica. O carro de Hermann Weege chegou de navio até Itajaí e de lá foi transportado de balsa até Blumenau. Curiosamente, o automóvel teve que ficar guardado no Stadtplatz da Colônia, porque não existiam estradas para que ele rodasse até Pomerode. Contam que o comerciante custeou e construiu a estrada ligando a vila ao Stadtplatz nos tempos livres, juntamente com uma equipe. Depois, doou a estrada aos órgãos públicos. O automóvel ficou durante dois anos na oficina de Wilhelm Fröschlin na Palmenalee – Rua das Palmeiras, no Stadtplatz. Quando a estrada ficou pronta, Fröschlin levou Weege no automóvel para Pomerode. Fröschlin ficou hospedado nos Weeges por um mês para ensinar Hermann a dirigir.
Em 1913 foi construído o primeiro hotel de Pomerode em um terreno da firma Weege, com a técnica construtiva enxaimel, e a edificação histórica – assim como outras que pertenciam a família Weege – se encontra até os dias atuais na paisagem dessa cidade emancipada de Blumenau em 1958. Nas primeiras décadas do século XX, contam os mais antigos, era o centro das atividades sociais da comunidade – o salão de baile, a sociedade de tiro, restaurante e local de parada de ônibus, a exemplo da Casa São José, em Blumenau. Atualmente, fica à esquerda da entrada do Zoológico de Pomerode.
Em 1916, para suprir e movimentar o maquinário e iluminação, a Cia Weege construiu a primeira usina elétrica de Pomerode, então conhecida como Vila do Rio do Testo, que recebeu o excedente de energia da usina elétrica.
Dois anos depois, em 1918, implantou uma pequena indústria de laticínios, a exemplo da Cia Jensen, e no mesmo ano, a fábrica de gelo, que era exportado também para Florianópolis.
Em 1919, Carl Weege, o pai de Hermann Weege, construiu, anexo à sua residência, seu Comércio de Secos e Molhados, a conhecida “venda”. Faziam parte do complexo um salão de baile, um engenho de moer milho (atafona). Os vizinhos traziam milho para moer na atafona ou para trocar mercadorias comercializadas na venda.
Em 1920, Carl Weege ficou viúvo. Caroline Auguste partira, o que o deixou inconsolável e foi a causa que fez com que se mudasse para Jaraguá do Sul. Nesse tempo, Carl Weege tinha 64 anos.
A filha de Carl, Anna, irmã de Hermann Weege, se casou com Leopoldo Bläse, que deu continuidade aos negócios.
A outra irmã de Hermann Weege – Wilhelmine se casou com o primeiro professor de Gaspar – Rudolfo Günther. Tiveram 4 filhos: Beno (Casado com Lilly Klug), Lauro (casado com Renate Kieckhöfel), Eltrita (casada com Alberto Frietsche) e Dagoberto (casado com Ingelore Karsten).
Este genro – auxiliou nos negócios de Carl Weege, com atualizações e pequenas mudanças.
O local da residência de Carl Weege foi transformado no Museu do Imigrante – Carl Weege, no qual estão expostos muitos de seus pertences, com a atafona original e seu equipamento de moagem e peneiramento de milho, idealizado e construído por seu bisneto Wandér Weege, também casado com uma representante da família Karsten como Hermann Weege.
História dos feitos de Hermann Weege
Filho de Carl Weege
A Fábrica de Chapéus Nelsa S.A., parte da indumentária dos cavalheiros da época, também integrava os negócios da família Weege. Foi fundada em 1925, sob a denominação de Clasen e Weege, quando, em 1949, foi chamada Fábrica de Chapéus Nelsa S.A. Em 1926, a sua Firma foi premiada em Florianópolis na Exposição Industrial e Agro-Pecuária.
Em 1931, com recursos da empresa e iniciativa de Hermann Weege, foi construída primeira linha telefônica entre Blumenau e Pomerode. Foram distribuídos sete aparelhos na cidade além do instalado na Firma. Até a fundação da Companhia Telefônica Catarinense, a Weege custeou o material e manutenção desta linha telefônica local. Mais tarde, foi doada à concessionária estadual de telefonia.
Entre os anos de 1931 e 1932, a Weege adquiriu a caldeira de uma antiga locomotiva da Estrada de Ferro Santa Catarina EFSC, que adaptada ao maquinário da fábrica, foi usada para gerar energia mecânica a partir do vapor e usado em vários setores da fábrica, até o ano de 1958 como um locomóvel.
Em 1932, Hermann Weege fundou o primeiro Zoológico do Estado de Santa Catarina. Em 1936, foi registrado e em 1977 foi transformado em Fundação Hermann Weege.
A Firma Weege também adquiriu um caminhão Mercedes-Benz e mais tarde um Opel Blitz – primeiros veículos deste tipo em Pomerode.
Em 1939, ano do início da 2° Guerra Mundial – houve a ampliação da Usina Hidroelétrica, passando a produzir a Rede trifásica de 220V. A Firma continuava a abastecer a área central de Pomerode. A usina, ainda funciona no tempo presente.
A firma, quando buscava o leite no colono produtor, também distribuía a correspondência, sendo que no interior da loja, funcionava a primeira agência de correios de Pomerode. A distribuição de correspondência no interior de Pomerode era feita pela Weege até o ano de 1996.
A viúva de Hermann Weege, Anna Wiebke Luise Pauline Karsten, ou Pauline Weege, faleceu 20 anos depois, em 13 de março de 1967. Nestes 20 anos sozinha, exerceu o cargo de Presidente da empresa. Em 1966, Victor Weege ocupou o lugar da mãe na presidência, por um ano – quando também faleceu – em 11 de maio de 1967. Wally (Hofmann) Weege, esposa de Arno Weege torna-se então, a presidente da empresa.
O filho Victor Weege nasceu em 28 de novembro de 1905, na comunidade de Rio do Testo. Estudou em Florianópolis, quando no ano de 1923 concluiu o ginásio no Catarinense. Formou-se em Química na Escola Politécnica de São Paulo, contribuindo na empresa com o manuseio de carnes e leite, bem como na fabricação de tintas à base de caseína e cola química. Casou-se com Leyla Grossenbacher, com quem teve um filho em 1939 e que chamou de Juergen. Como o pai, foi vereador de Blumenau – gestão de 1951 até 1955. Partiu no ano de 1967, com 62 anos de idade e seu filho Juergen partiu com 40 anos de idade em 29 de novembro de 1981.
Arno Weege nasceu em 11 de agosto de 1908. Também cursou o ginásio Catarinense em Florianópolis, e depois de formado trabalhou na cidade de São Paulo, na Casa Alemã. Voltou para Pomerode para trabalhar na firma da família. Casou-se aos 25 anos, em 1933, com Wally Hofmann (foi presidente da firma), com quem teve 3 filhos: Armin Weege, Jost Weege e Hermann Weege. Também foi vereador de Blumenau na gestão de 1955 a 1959, momento em que iniciaram os debates para emancipação da Vila do Rio do Texto, de Blumenau – que tinha perdido o nome de Pomerode durante a 2ª Guerra Mundial. Foi iniciativa sua que a cidade voltasse a se chamar Pomerode. Partiu em 19 de agosto de 1965, com 57 anos completos.
Seu filho, Armin Weege, fez um curso sobre carnes e seu processamento no interior de São Paulo, e durante o ano de 1958 visitou algumas granjas de criação de suínos nos Estados Unidos da América. Em 1994, não resistiu aos ferimentos causados por um acidente de carro, na Rodovia Jorge Lacerda, em Ilhota.
Jost Weege, seu outro filho, que nasceu em 19 de fevereiro de 1941, assumiu a presidência da Weege após a ausência de Juergen Weege.
Após 10 anos, o frigorífico foi destruído por um incêndio, e novamente reconstruído de acordo com a legislação vigente moderna.
A primeira loja comercial construída por Hermann Weege com técnica construtiva enxaimel foi demolida e no seu lugar, em 1974, foi construída outra com espaço para supermercado e loja de departamentos.
Weege teve filiais no Testo Salto e em Testo Rega.
Vale também o registro de ações isoladas importantes a Comunidade de Pomerode. Por exemplo: em 1955, Pauline Weege doou um terreno à comunidade para a construção de uma praça de esportes – atual Sociedade Esportiva Floresta. Em 1973, também doou aos funcionários, terreno e material de construção para a edificação de uma sede esportiva – Associação Atlético Hermann Weege.
Em 1996, foi feito uma ampliação do frigorífico, e de 1948 até 1997, a empresa foi a distribuidora exclusiva da cerveja produzida pela Cervejaria Catarinense, em Joinville SC, mais tarde adquirida pela Antártica Paulista.
A Weege possuía unidades de apoio, como fábricas próprias de latas, caixa de madeira para embalagens, usina hidroelétrica, setor de transporte com caminhões próprios, oficina de manutenção, posto de combustível, criação de suínos e gado holandês.
Weege encerrou suas atividades no dia 9 de outubro de 1999.
No início do Século XX, tinha tudo para que o acesso à Comercial Weege fosse feito passando pela frente da Igreja da Paz e atravessando o Rio do Testo quando este não possuía pontes. Seria a lógica a partir da posição da igreja, pois seria uma rua importante e hoje, não mais. A igreja ficou de lado para a Rua XV, principal via. Como urbanista sugerimos que seria muito bom se tivesse uma passagem, ao menos, para pedestres, neste local onde já o foi no passado. Ação que “virou as costas” para o rio que até bem pouco tempo era usado para acessibilidade.
É positivo, o resgate que vem sendo feito e a readequação do espaço do antigo parque fabril Weege – para uso cultural, sem perder a história na paisagem e valorizando a história local e regional. Pomerode não necessita de cenários fakes (como já vem ocorrendo) se existir mais ações semelhante a essa.
A família deixou um legado, cujo espaço foi ocupado com atividades culturais e históricas na parte cultural da área urbana de Pomerode, que receberá uma ponte no local da antiga balsa sobre o rio Testo. Dessa forma, ocorrerá o resgate do antigo caminho para o Weege, na frente da Igreja da Paz interligando a rua de comércio – Rua XV de Novembro – e esta área cultural por meio da travessia do rio, que ocorria em outros períodos históricos por meio da balsa.
Parte do parque fabril da Weege está ocupado pela cervejaria artesanal Schornstein. Outra parte é o Museu Pomerano, com parte da Memória da Família Weege, Fundação Cultural, Teatro Municipal de Pomerode, os quais visitamos. Também visitamos o Museu do Imigrante que foi a propriedade de seu pai: Carl Weege e de sua mãe: Caroline Auguste Sophie Grützmacher, portanto sua casa de infância, localizada em Pomerode Fundos.
Casa do Imigrante Carl Weege
Um Registro para a História.
Referências
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- Livro Centenário de Blumenau (1850-2 de setembro de 1950). Edição Comissão de Festejos. Blumenau – 1950
- GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil / Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução.
- VIDOR, Vilmar. Indústria e urbanização no nordeste de Santa Catarina. Blumenau: Edifurb, 1995. 248p, il.
- WETTSTEIN, Phil. Brasilien und die Deutsch-brasilieniche Kolonie Blumenau. Leipzig, Verlag von Friedrich Engelmann, 1907.
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Leituras complementares – Clicar sobre o título escolhido
- Uma História que iniciou muito antes da chegada de Blumenau – Peter Wagner
- Homenagem ao Imigrante – Monumento do Imigrante
- 192 Anos de Imigração Alemã no Brasil
- A genealogia da família de Hermann Bruno Otto Blumenau e sua Neta que viveu na Cidade
- Um pouco da História de Pomerode
- Hermann Bruno Otto Blumenau – Primeiro Negociante de Terras no Vale do Itajaí
- Colônias Alemãs no Vale do Rio Cubatão – Igreja Sagrado Coração de Jesus – Águas Mornas SC
- Fritz e Hermann – Dois Personagens da História de Santa Catarina
- História comum entre as Colônias Blumenau, Pommerroder, Itapocu, Humbold e São Bento – José Deeke
- Carl Franz Albert Hoepcke – Uma personalidade da História Catarinense
- Colono no espaço da Colônia Blumenau.
- Nome dos moradores da Colônia Blumenau – Ano 1857
- August Müller e seu Diário – Colônia Blumenau e enchente de 1880
- Nacionalismo no Vale do Itajaí
- Como pingos Fazer surgimento do Estado Alemão – Século XIX
- História … Parte I – Dos Germanos AO surgimento: “Deutschland”
- História – Prússia e Alemanha
- Historia … Primeiros Imperadores Germânicos
- Império Alemão
- Residência da Família Blumenau – Texto da Filha do Sr. Hermann Blumenau
- Blumenau – Século XIX até construção da Ferrovia
- Fundação de Blumenau e sua formação partir
- Gastronomia – Sülze
- Igreja da Paz – Pomerode – 130 anos – Cemitério do imigrante
- O “Alemão” de Pomerode
- Calçados – Colônias alemãs – Colônia Blumenau – Século XIX
- Padre José Maria Jacobs – Primeiro Pároco de Blumenau
- Imigrantes alemães nas Fazendas de Café do Rio de Janeiro – São Paulo e depois – Santa Catarina – Século XIX – Kaffeepfklücker
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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