Os negacionistas das mudanças climáticas citam a grande enchente de Porto Alegre de 1941, como exemplo de que os eventos climáticos extremos sempre aconteceram e que não existem as chamadas mudanças climáticas. Negam-se a se curvar aos robustos dados da Ciência, que comprovam que sim, é fato que os fenômenos climáticos extremos sempre existiram e que, ultimamente, estão acontecendo com cada vez mais força e maior frequência.

Há também os negacionistas que têm enorme dificuldade em aceitar que o aumento da incidência de fenômenos climáticos extremos possa estar sendo influenciado pelas atividades humanas.

Alegam que alterações de clima sempre aconteceram no passado geológico, muitíssimo antes de nossos pés bípedes pisarem na Terra e que a atmosfera terrestre é gigante demais para que possa ter sua composição afetada pelas atividades do homem moderno.

Um raciocínio simples ajuda a entender essa questão. Qualquer criança aprende na escola que a atmosfera terrestre é composta por 78% de Nitrogênio, 21% de Oxigênio e 0,93% de Argônio. Todos os outros gases são considerados gases raros, entre eles o gás carbônico que representa ínfimos 0,03% dos gases da atmosfera.

A atmosfera terrestre é relativamente gigante, mas não tanto. Se a Terra fosse do tamanho de uma laranja das grandes, a altura total da camada de ar não passaria de meio milímetro de espessura. Nessa mesma escala da laranja, as nuvens mais altas e os aviões a jato de carreira, voariam, em média, abaixo da décima parte de um milímetro de altura.

Apenas três décimos milésimos da atmosfera é composta de gás carbônico. Nesses três décimos milésimos as atividades humanas têm lançado gigantescas quantidades de gás carbônico. Só no ano de 2018 foram 37 bilhões de toneladas. Fica então fácil entender que nossa influência não é tão pequena assim.

Principalmente depois da Revolução Industrial, retiramos colossais quantidades de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) das profundezas da crosta terrestre. Quando queimamos esses combustíveis na indústria, nas usinas termoelétricas, nos mais de um bilhão de veículos que circulam no mundo, mais bilhões de fogões domésticos, entre inúmeras outras queimas, lançamos tudo isso no ar em forma de poluentes e gás carbônico.

O carbono dos combustíveis fósseis que estava armazenado há muitos milhões de anos no sub-solo agora está no ar. A isso, acrescentamos bilhões de toneladas de carbono que estavam estocados em milhões de quilômetros quadrados de florestas que já destruímos e queimamos. São dois exemplos de como conseguimos aumentar em 50% o teor de gás carbônico na atmosfera. A fotossíntese nos continentes e nos oceanos não consegue absorver tamanha quantidade de carbono e assim ele vai se acumulando no ar.

Se o que jogássemos na atmosfera fosse a mesma quantidade de oxigênio ao invés de gás carbônico, o aumento de teor de oxigênio no ar não seria de 50% e sim, de míseros 0,7 por cento.

Quem fez aumentar em quase 50% o teor em gás carbônico na atmosfera fomos nós, os seres humanos e nossa insana civilização incorrigivelmente viciada em energia abundante a qualquer custo. Como esse gás é o principal gás do efeito estufa, não tem como duvidar que seja nossa a principal influência atual no aquecimento global e, consequentemente, nas mudanças climáticas e no aumento da frequência e intensidade dessas mudanças. Só não aceita essa verdade inconveniente quem não quer.

Alguns dos estudantes membros do Clube de Biologia Prof. Lothar Krieck fundado por mim no então Colégio Pedro II de Blumenau, numa das excursões a campo, saindo de uma visita à Caverna de Botuverá, num tempo em que a mesma não tinha qualquer estrutura turística, muito menos de segurança. Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Fernando Luiz dos Santos, Maria Júlia Werner (depois Ribeiro) e Erica Krieger (depois Voltolini), Osmar Packer, Lúcia Albanaz, Luiz José Dietrich e Jaime Dietrich. Alunos desse Clube de Biologia, no outubro anterior, conquistaram o primeiro lugar nacional, na categoria, na Feira Brasileira de Ciências acontecida na antiga Proeb, hoje Vila Germânica. Foto Lauro Eduardo Bacca, em 18 de janeiro de 1975.


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