Acusado de matar Tamara é condenado a 24 anos de prisão
Tribunal do júri concluiu análise do caso por volta das 19h30 desta quarta-feira, em Blumenau
O Tribunal do Júri condenou nesta quarta-feira, 4, Gelton Wreczinski a 24 anos de reclusão pelo assassinato de Tamara Regina Pereira. Por ter sido um crime hediondo, ele deve cumprir dois quintos da pena em regime fechado.
O réu foi considerado responsável pelos crimes de sequestro, furto, estupro, homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Logo após a sentença, ele foi encaminhado novamente ao Presídio Regional de Blumenau, onde estava preso preventivamente desde 2015.
O julgamento durou mais de 10 horas. Pela manhã, foram ouvidas testemunhas e o depoimento do próprio réu, que negou ter cometido o crime. A tarde foi reservada ao debate entre promotores e defensores. Já no início da noite, os jurados se reuniram para discutir a decisão.
Quando o juiz proferiu a sentença, a emoção tomou conta no plenário. Familiares e amigos de Tamara, que sentaram nas primeiras fileiras com cartazes pedindo justiça, começaram a chorar. A mãe da garota, Ester Pereira, mal conseguia falar. Ela abraçou o promotor Odair Tramontin, responsável pela acusação, em agradecimento.
“Eu precisava dessa vitória! São três anos e nove meses em que o meu coração clama por justiça!”, afirmou.
O acusado, que tem 30 anos de idade, não expressou nenhuma reação ao ouvir a decisão dos jurados. O advogado dele, Jeremias Felski, disse que vai recorrer da decisão.
Testemunha
Uma testemunha que prestou depoimento pela manhã reforçou a tese do Ministério Público de que Wreczinski sequestrou, estuprou e matou Tamara. Era uma médica veterinária, que disse ter sido atacada pelo homem dois dias antes do assassinato.
“Ele fingiu que queria me contratar para serviços veterinários e tentou fazer comigo o que ele fez com a Tamara. Me trancou dentro do carro e tentou amarrar minhas mãos nas costas. Por sorte, veio um motoqueiro e eu consegui sair correndo pedindo ajuda”, assegurou a mulher, que não quis ser identificada.
O crime
A jovem Tamara foi vista pela última vez no dia 21 de junho de 2014, por volta das 22h, em um ponto de ônibus na rua Frei Estanislau Schaette, no bairro Água Verde. Câmeras de monitoramento mostraram o momento em que um homem se aproximou e obrigou a moça a entrar em um veículo Gol. O corpo dela só foi encontrado 12 dias depois, às margens da BR-470, em Ilhota.
Segundo informações do Instituto Médico Legal, Tamara tinha um ferimento na nuca e estava com as mãos amarradas por um cadarço. Suspeitos de terem cometido o assassinato foram detidos e interrogados pela Polícia Civil ainda em julho de 2014, mas foram liberados por falta de provas.
Em novembro de 2015, Gelton Wreczinski foi preso em Ascurra acusado de ter cometido o assassinato. Ele sempre negou participação no crime, embora admita que o carro flagrado pelas câmeras era dele. Wreczinski alegava que havia emprestado o carro para uma outra pessoa naquele dia.
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