Advogada afirma haver condições insalubres a trabalhadores que realizaram paralisação em Gaspar
Empresa aceitou reverter justa causa dos 22 colaboradores demitidos
A advogada blumenauense Letícia Zendron, que representa os trabalhadores demitidos pela Tabocas após uma paralisação no canteiro de obras em Gaspar, relata que conseguiu reverter a justa causa em um acordo com o advogado da empresa.
O escritório Zendron Advocacia foi acionado durante essa terça-feira, 27, logo após eles serem dispensados. Os 22 colabores, que seriam os líderes da greve, foram proibidos de retornar ao alojamento e não receberam transporte até Blumenau.
“Não imaginávamos quão degradante era a situação deles. Andaram 8 quilômetros na chuva, à mercê. Eles iam andar até o Ministério do Trabalho e Emprego, já que eles não quiseram ir até lá. Quando paramos o carro, eles mal acreditaram”, relata a advogada.
Para a advogada, a justa causa foi indevida. Apesar de estarem em paralisação, a empresa não aplicou advertências ou suspensões antes de partirem para a demissão. Além das situações trabalhistas que ainda precisam ser resolvidas.
“Eles não ganhavam adicional de periculosidade. Além disso, o alojamento é deplorável. Mais de 200 pessoas dividindo quatro banheiros, todos entupidos. Quase 20 em casa quarto. Eles vivem em condições desumanas”, registra.
Colaboradores desabrigados
A primeira exigência da advogada, foi que os trabalhadores demitidos pudessem retornar ao alojamento. A expectativa da empresa, era que eles retornassem para suas cidades natais sem o direito de retornar ao endereço.
“Todos vieram do Nordestes com a promessa de emprego. A empresa disse que pro alojamento não voltava mais, mas conseguimos ao menos garantir que eles pegassem as coisas e tomassem um banho, já que vão enfrentar uma viagem de dias”, reforça a advogada.
Entretanto, as passagens dos trabalhadores são para esta quinta-feira, 29, para o fim da tarde. Ou seja, eles ficariam sem moradia e alimentação durante este período. Para reverter essa situação, a advogada conseguiu garantir um hotel para eles ficarem até a viagem.
Oficialização do acordo
Entretanto, para Leticia, a parte mais difícil começa agora. Afinal, todos estes acordos foram realizados verbalmente entre ela e o advogado da empresa. Caso a empresa volte atrás e não pague os benefícios devidos aos trabalhadores, a advogada entrará com uma ação.
“Como fizemos um acordo, abrimos mão de outros direitos, como adicional de periculosidade retroativo. Mas todos concordaram ser a melhor opção, para ao menos eles não ficarem desabrigados. Estamos aguardando retorno da empresa para enviar o acordo para o juiz homologar”, ressalta.
Entretanto, até o momento, a condição dos demais trabalhadores segue pendente. Apesar de terem voltado a trabalhar, eles seguem no alojamento. “A empresa não está fazendo nada a respeito disso. Fiquei impressionada com uma empresa desse porte fazer algo tão lamentável”, desabafa.
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