Advogado diz que Kelber Pereira tentou suicídio e faz novo pedido para exame de sanidade mental
Acusado de matar companheira e filho de três meses está aguardando julgamento no Presídio Regional de Blumenau
A defesa de Kelber Pereira, acusado de matar companheira de 23 anos e o filho de três meses em Blumenau, fez um novo pedido para exame de sanidade mental. Segundo Rodolfo Warmeling, o réu confesso tentou cometer suicídio no Presídio Regional de Blumenau, ao tomar uma quantidde exagerada de medicamentos antidepressivos.
“Diante dessa situação, ele demonstra um quadro clínico psiquiátrico e nada mais justo, visando um processo judicial justo, democrático, com direito a uma ampla defesa, a gente requereu novamente a realização de exame de sanidade mental e toxicológico”, explicou o advogado.
A defesa também fez o pedido que ele fosse internado em um hospital de custódia para tratamento médico. “Caso o magistrado que não seja caso de hospital, a gente requereu que faça um acompanhamento médico junto ao CAPS [Centro de Atenção Psicosocial]”, concluiu Warmeling.
Esse é o segundo pedido feito pelo advogado. Na primeira oportunidade, a juíza Cibelle Mendes Beltrame, negou realização do exame. Na oportunidade, ela utilizou da jurisprudência, citando uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2018, para alegar que o exame “não é automático obrigatório, dependendo da existência de dúvida plausivel da higidez mental do acusado”.
O processo
Kelber foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) no fim do mês de agosto, logo após a conclusão do inquérito policial. A denúncia apresentada pela 8ª Promotoria de Justiça de Blumenau imputam ao homem a prática de dois homicídios qualificados e apropriação indébita.
O documento indica que os dois homicídios foram qualificados pelo uso de meio cruel e sem possibilidade de defesa. No caso da companheira, foi também imputado feminicídio e, no caso do bebê, qualificado também por motivo torpe e praticado contra menor de 14 anos.
De acordo com o promotor de Justiça Átila Guastalla Lopes, além dos dois homicídios, o homem também teria praticado o crime de apropriação indébita, pois para perpetrar a fuga teria se apropriado do veículo de propriedade da empresa para a qual o acusado trabalhava. Em depoimento, Kelber disse não saber porque cometeu o crime.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 24 de julho, em horário não esclarecido, no bairro Velha Central. Segundo elementos da investigação, o homem primeiro teria matado a companheira, inicialmente asfixiando-a enquanto ela dormia, e em seguida a esfaqueou no pescoço.
Na sequência, decidiu matar a criança, por alegar não ter como cuidar do bebê de três meses sem a genitora. Da mesma forma que fez com a mãe, matou o bebê com várias facadas no pescoço.
Depois de matar as duas vítimas, o acusado pegou o outro filho do casal, de quase dois anos de idade, e fugiu para São Paulo no carro da empresa para a qual trabalhava, que estava sob sua posse para efetuar um serviço em Itajaí.
Kleber foi detido em uma cidade no interior de São Paulo. A prisão temporária foi convertida em prisão preventiva nesta quarta-feira, 24, após manifestação do MP-SC neste sentido. Ele está atualmente recolhido no Presídio Regional de Blumenau.
Assim que a denúncia for recebida pela Justiça, o acusado passa a ser formalmente réu em ação penal, na qual terá amplo direito à defesa e ao contraditório.
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