Afinal, vale a pena abrir as portas no período de férias em Blumenau?
Dez padarias e restaurantes ouvidos pela reportagem contam como foi o movimento na baixa temporada da cidade
Sempre há uma grande polêmica nos finais de ano em Blumenau. Por que muitos restaurantes, padarias e lojas fecham as portas? Os que funcionam têm movimento suficiente? Moradores e visitantes reclamam da falta de opções, enquanto empresários alegam que precisam dar férias coletivas na temporada de baixa procura.
A reportagem do Município Blumenau conversou com 10 estabelecimentos que abriram as portas no período entre o Natal e o dia 7 de janeiro. De forma geral, padarias, restaurantes e comerciantes não perceberam aumento significativo no faturamento, mas também não perderam dinheiro. Quando questionados sobre a possibilidade de continuar abrindo nos próximos anos, a grande maioria foi enfática: vai continuar.
A reportagem conversou com alguns restaurantes, padarias e shoppings da cidade para retratar como o fim de ano foi para o segmento. Confira detalhes abaixo:
Padarias
Desde 2011 a Padaria Fortaleza optou por não fechar mais em nenhum período do ano. Neste fim de ano, o estabelecimento pôde perceber um aumento no faturamento em comparação com o ano retrasado.
“Para nós valeu muito a pena abrir a padaria, pois nós fomos praticamente os únicos na cidade que abrimos em todos os dias”, relata Rodrigo Borges, gerente da loja.
No entanto, também houve padarias que não ficaram satisfeitas com o movimento neste fim de ano. Na Padaria Dalri, por exemplo, o faturamento e fluxo de pessoas foi menor que em 2016, mas deu para cobrir os custos. De acordo com o gerente, Leandro Klane, a padaria pretende continuar abrindo aos finais de ano, por se tratar de uma necessidade. A situação foi a mesma para a Berta Confeitaria.
Restaurantes
Para o Restaurante Ataliba o período de festas não foi positivo em faturamento, mas fechar durante o fim de ano não é algo que os proprietários cogitam. O gerente, Lauro Sautner, diz que o movimento até o dia 25 de dezembro estava excelente. Depois disso, passou a decepcionar.
“Até os turistas que geralmente sempre frequentavam o local, neste final de ano decidiram não aparecer”, relata.
A mesma situação aconteceu no Restaurante Terrace, do Plaza Hotel Blumenau, que apresentou, de forma geral, movimento inferior ao fim de ano de 2016.
Já no Alemão Batata, restaurante do Parque Vila Germânica, cada dia trabalhado valeu a pena. Como o local é um ponto de turismo intenso, o estabelecimento não sofreu pela falta de movimento. Porém, a gerente, Lucia S.M Albino, informou que o faturamento neste ano foi igual ou inferior ao do ano interior.
O Restaurante Thapyoca Blumenau fechou o ano de 2017 com saldo positivo. O número de turistas aumentou. O projeto do restaurante é abrir todos os anos nesse período, pois está localizado em uma região central e com fluxo de visitantes. No dia 31, o restaurante abriu apenas com reserva de mesa. A casa ficou lotada dias antes da virada.
Denise Martins, proprietária do Na Moita Grill e Churrascaria, ficou satisfeita com restaurante cheio durante o período de festas. A empresa ainda avaliará como será a operação no fim deste ano.
“Contamos com a presença de muitos turistas na cidade, bastante gente desconhecida para nós, e muita gente ligou só para saber se estávamos abertos”.
Há quase 10 anos o Moinho do Vale mantém a tradição de abrir na época de férias. Para o fim de 2018, os planos são de manter aberto o restaurante quase todos os dias.
“Em relação ao movimento a cada ano que passa só melhora”, explica o proprietário do restaurante, Leandro Caramori.
O Restaurante Sesc Blumenau atende não só ao público em geral, mas também aos hóspedes do Hotel Sesc. Por lá o fim de ano foi muito semelhante ao de 2016. As datas comemorativas, como dia 25 de dezembro, Natal, e 1º de janeiro, foram os melhores momentos do restaurante.
Comércio
De forma geral, os shoppings Neumarkt e Norte Shopping observaram maior circulação de pessoas neste fim de ano. Houve movimento intenso às vésperas, mas de acordo com a superintendente do Neumarkt Shopping, Valda Stange, as pessoas fizeram as compras antecipadamente.
“Blumenau tem cada vez mais resgatado o que ela tem de vocação. Além dos turistas, nós também temos o morador que está aqui durante o fim de ano. Blumenau precisa dessa vida”, afirma Valda.
No Norte Shopping, o movimento no período vem crescendo constantemente, tanto em vendas como no fluxo de veículos. É o que explica Michel Schmitt, gerente de marketing.
“Viemos de dois anos difíceis, quando percebíamos um pessimismo nas pessoas. No shopping como um todo percebemos que as coisas têm mudado”, diz.
Lideranças estimulam empresários
O Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas) foi quem, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas, definiu o horário de Natal para o comércio da cidade. A opinião do presidente do Sindilojas, Emílio Schramm, é que os comerciantes não podem se dar ao luxo de fechar.
“O horário de natal, que é definido pelo Sindilojas e CDL, foi criticado por ser muito extenso, mas eu acredito que é função do sindicato incentivar ou tentar conscientizar os lojistas que é preciso respeitar o cliente”, informa Emílio Schramm.
Inácio Negherbon, diretor-executivo do Sindicado de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e Região (Sihorbs), informou que os bares, restaurantes e hotéis de Blumenau atenderam de acordo com as possibilidades de cada empresa, e que o resultado tem sido positivo.
“Vem muita gente para Blumenau. Com certeza esses restaurantes tendem a abrir novamente, porque eles percebem que têm a possibilidade de faturar. A cada ano vai melhorar”, deseja.