Amor que o tempo não apaga: conheça casais blumenauenses que reencontraram paixões da juventude

Nesta edição especial de Dia dos Namorados, confira histórias de pessoas que transformaram relacionamentos da infância em grandes amores para a vida

Destino. Uma palavra que carrega inevitáveis acontecimentos que podem mudar para sempre a vida de alguém ou, nos casos desta matéria, de duas pessoas que estão apaixonadas. 

Nesta reportagem especial do O Município Blumenau, apresentamos três histórias de casais que se reencontraram, após o destino brincar com suas vidas, em comemoração ao Dia dos Namorados. Três narrativas que nos fazem pensar se há mesmo uma idade certa para encontrar e viver um grande amor. 

Cláudia e Mauto se conheceram em 1983, um amor à primeira vista que resultou em um relacionamento curto, os dois se reencontraram após 30 anos e recomeçaram sua história. Já Dori e Vilmar foram o primeiro amor um do outro, trocavam cartas e poemas que simbolizavam o que sentiam e, após 48 anos, se reencontraram e puderam passar o primeiro Dia dos Namorados oficialmente juntos. Outra história de amor é a do casal Elenita e Evaldo, que sobreviveu a encontros e desencontros da vida e resultou em um casamento de 12 estáveis e apaixonados anos. 

Esses casais transformaram relacionamentos da infância e adolescência em grandes amores para a vida. Romances que sobreviveram ao tempo e resistiram a distâncias, mostrando que nem o tempo separa aqueles que são destinados.

Os desencontros do destino

Quando tem que ser, será. Essa é a frase que sempre guiou a blumenauense Cláudia Maria Melati e que, no fim, resume sua história de amor com Mauto Tadeu de Aguiar. Eles se conheceram em 1983, Cláudia tinha 20 anos na época e sentiu que havia encontrado o amor da sua vida. 

Mauto havia recém se separado, já tinha uma filha, chamada Samira, e mesmo diferentes nada conseguiu impedi-los de viver aquele romance. “Quando eu o vi, me apaixonei no mesmo momento. É um sentimento difícil de explicar”, conta Cláudia. 

Eles começaram a sair, conversar e após diversos encontros oficializaram o namoro. Foram dois anos felizes, em que ambos se dedicaram à relação que tinham, porém as coisas mudaram. “Num desses momentos da vida, ele precisou se mudar para trabalhar em outro lugar. Como naquela época era mais complicado de manter contato, acabamos nos afastando”, recorda. 

O namoro terminou. Cláudia continuou em Blumenau e Mauto Aguiar se mudou para a capital do Estado. O relógio não parou. Anos se passaram e a vida de ambos foi se construindo sem que eles cruzassem seus caminhos. “Eu soube que ele voltou para a ex-esposa e eu arranjei um outro namorado. Me casei e fiquei com ele por 20 anos, tive dois filhos, mas no fim não deu certo”, disse. 

Foi por meio das redes sociais que Cláudia encontrou Mauto. Olhando o Facebook, viu uma foto de seu antigo companheiro e resolveu pedir sua amizade. “Começamos a conversar, isso quase 30 anos depois do nosso término e as coisas foram evoluindo de forma fácil e calma, assim como eu me lembrava que era com ele”, conta. A conversa evoluiu para uma paquera que se transformou em um relacionamento que dura até os dias de hoje. 

“É um sentimento e uma união muito forte”, acrescenta Cláudia. Eles vão comemorar o Dia dos Namorados assim como todas as outras importantes datas do ano, com muitos presentes e principalmente flores, que é algo que a blumenauense adora. A celebração acontece com muito amor, carinho e respeito, sentimentos que definem muito bem como é a relação do casal. 

“Mauto é um companheiro sensacional. Ele me protege de todas as formas, ele me ampara, é carinhoso, me ouve e conversa comigo”, declara Cláudia. E o que antes era uma história de apenas duas pessoas, se transformou em uma grande família que é a prova de que no amor quando tem que ser, será.

Arquivo Pessoal

Um amor escrito por cartas

Dori Campestrini e Zilmar Buzzarello se conhecem desde a infância. Suas famílias, que eram do interior, sempre foram amigas próximas, o que resultou nos dois crescendo enquanto se observavam de longe. Dori vem de uma família de 11 irmãos e sempre precisou trabalhar na roça de seus pais no município de Rio do Cedros, e foi naquele local que começou a sentir algo diferente por Zilmar. “Eu sabia que gostava dele, mas não imaginava ser recíproco”, conta Dori.

Foi aos 11 anos que Dori e Zilmar passaram a trocar bilhetes, recados e cartas com mensagens de amor. Os bilhetes eram encaminhados por meio do “cupido” do casal, uma das amigas dela e a prima de Zilmar. “Ela que repassava os nossos bilhetes e cartas que trocávamos a distância”, relembra.

Após dois anos trocando cartas, Zilmar pediu a mão de Dori em namoro, no entanto, sua mãe não permitiu por ela ser muito nova. “Ele tem seis anos a mais do que eu e minha mãe não deixou que namorássemos na época”, explica. Após isso, Dori se mudou para Blumenau, cidade em que mora até os dias de hoje, e Zilmar se casou e teve duas filhas.

Os bilhetes e cartas não foram salvos com o tempo, mas para Dori sempre estiveram frescos em sua memória. Quando se mudou para Blumenau, Dori imaginou que aquela história de amor ficaria para sempre no passado. No entanto, após 48 anos, Dori e Zilmar se reencontraram por meio da tecnologia e começaram a conversar.

O destino os deu uma nova chance de se reconectarem para florescer aquilo que cultivaram quando ainda eram jovens. Dori, agora com 61 anos, e Zilmar, que está com 68 anos, estão experimentando um amor maduro e diferente do que se lembravam. “Conversamos por três meses, nos conhecendo novamente, entendendo o que havia acontecido durante todo esse tempo separado e nesse último mês fui pedida em namoro”, detalha.

Neste sábado, 12, Dori e Zilmar passaram o primeiro Dia dos Namorados juntos oficialmente e melhor do que isso apenas pelo fato de que pretendem se casar ainda esse ano. “Vamos festejar a nossa união. O símbolo do nosso amor com toda certeza”, conta. 

Em entrevista, Dori contou que não tem foto com seu companheiro, que mora em outra cidade, mas que está pronta para aproveitar a chance que o destino os deu e fazer novas memórias pelo resto de suas vidas.

Arquivo Pessoal

Romances que florescem

Você já parou para pensar quantas pessoas cruzam seu caminho todos os dias? E se uma delas fosse o amor da sua vida? É difícil imaginar certo? Porém, difícil de imaginar ou não, a história de Elenita e Evaldo Pamplona começou quando eles se esbarram no elevador de um hospital de Blumenau. 

Elenita conheceu seu marido aos 14 anos, após se mudar de Presidente Getúlio para Blumenau quando seu pai faleceu. Ela, que veio de uma família de 12 irmãos, foi para outra cidade cuidar de sua sobrinha e arrumar um emprego, profissão essa que exerce até os dias de hoje. 

Em sua memória, o dia está fresco em sua memória. “Era domingo à tarde, dia 10 de março de 1979. Me apaixonei quando vi ele pela primeira vez”, conta Elenita. Naquele dia, ela foi visitar sua cunhada que estava internada no Hospital Santa Isabel de Blumenau e quando entrou no elevador se deparou com ele. “Ele estava visitando o pai dele que estava internado. Nos olhamos e meu coração se acelerou”, explica.

A visita durou pouco e Elenita resolveu ir até a capela do hospital. Foi nesse momento que Evaldo sentou ao seu lado e o destino começou a mover suas engrenagens. “Ele soltou aquela perguntinha bem antiga dizendo que me conhecia de algum lugar e eu logo respondi que não”, conta. Foi assim que ambos começaram a conversar e se conhecerem melhor.

Foram diversos encontros sem compromisso em que Evaldo sempre levava uma rosa amarela para Elenita. Era um símbolo daquilo que ambos sentiam um pelo outro, mesmo sem oficializar. O relacionamento não durou muito, após desencontros e novas oportunidades que foram surgindo na vida de ambos, eles se afastaram. “Nós terminamos, mas eu sempre fui loucamente apaixonada por ele”, relata Elenita. 

Outros 16 anos depois, quando Elenita estava com 30 anos, eles se reencontraram e para ela foi como se fosse a primeira vez. Não houve outra alternativa, eles assumiram um relacionamento naquele mesmo ano. “Estamos casados há 12 anos e temos um filho de 24 anos que amamos mais que tudo nessa vida”, conta.

A tradição de comemorar o Dia dos Namorados continua até os dias de hoje, em que ela ganha sempre uma flor de seu amado. Elenita particularmente acha esse um dia romântico e essencial para que o amor continue revivendo no dia a dia. “Há uns que dizem que o Dia dos Namorados é todo dia, não concordo. O dia é único e especial. Romântico. Diferente”, completa.

Arquivo Pessoal

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