Buscar novos tratamentos para a hipertensão pulmonar, doença rara, sem cura e com poucas opções de medicamentos para controle, é o objetivo da médica pneumologista Marina Andrade Lima. A especialista é a investigadora principal do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Dia do Pulmão, centro de referência na área respiratória de Blumenau.

Marina Andrade Lima teve seus estudos publicados no The New England Journal of Medicine e The Lancet, duas das mais renomadas publicações médicas do mundo. A médica explica que as publicações fornecem informações necessárias para a comercialização das substâncias e, assim, o acesso para os pacientes.

 

“Aqui no departamento de pesquisas clínicas perseguimos sempre a evolução das possibilidades terapêuticas para doenças que ainda não têm um tratamento eficiente, sejam elas raras, como a hipertensão pulmonar, ou comuns, como a asma. Sempre podemos ir adiante e evoluir, e é isso que a pesquisa clínica busca: melhorar a vida dos pacientes”, comenta.

Estudos

A pneumologista destaca que o estudo publicado no The New England Journal of Medicine seguiu na fase 2, com a substância Sotatercept para avaliar a eficácia e segurança da medicação, que é muito inovadora para hipertensão arterial pulmonar.

“Essa doença ainda não tem tratamentos excelentes e a mortalidade é muito elevada. O estudo mostra um resultado bastante positivo. Nossos pacientes estão evoluindo muito bem”, conta.

Um estudo sobre a asma grava também foi veiculado no New England, conforme aponta a médica. “A doença é considerada um problema de saúde pública, estima-se que existam cerca de 300 milhões de asmáticos em todo o mundo. Desses, 3 a 4% apresentam a forma grave da doença. No Brasil falamos de algo perto de 800 mil pessoas.  Sendo assim, o estudo, na fase 3, com a substância tezepelumabe, tem o objetivo de encontrar uma medicação que consiga controlar as exacerbações e melhorar a qualidade de vida de quem sente falta de ar todo o tempo. Esse estudo é importante por mostrar eficácia de uma nova medicação atuando numa via inflamatória inédita”, comemora Lima.

Já o estudo publicado no The Lancet, conforme explica a médica, seguiu na fase 4 com o medicamento Riociguat para avaliar eficácia e segurança da medicação em relação aos inibidores de fosfodiesterase 5, para hipertensão arterial pulmonar. “Essa medicação já é comercializada no Brasil mas ainda não havia sido comparada com Sildenafil e Tadalafil, cujo mecanismo de ação é semelhante”.

O estudo com a substância Riociguat inclui cerca de 226 pacientes, sendo dois do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Dia do Pulmão. “O Sotatercept reuniu 106 pessoas, com três do nosso centro. Ambos tiveram duração de 6 meses para as primeiras avaliações”, conclui.


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