Venda de imóveis deve subir 35% em 2021, mantendo o setor aquecido
Com o surgimento da pandemia e a migração do trabalho no formato presencial para o home office, as prioridades de muitas pessoas no quesito moradia acabaram mudando, já que o tempo dentro de casa passou a ser bem maior. E a estabilidade do setor tem sido grande atrativo para investidores durante a pandemia.
“É uma transação de baixo risco, quase nulo. Não tem perda financeira e envolve um patrimônio concreto, sólido, que valoriza ao longo do tempo. Portanto, a segurança é um dos grandes benefícios de se investir no mercado imobiliário”, comenta Rafael Fróis, gerente comercial da CRF Construtora e especialista financeiro imobiliário.
Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) mostram que as vendas de imóveis cresceram 26,1% no ano passado. Além disso, a Abrainc realizou uma pesquisa com empresários do ramo, que projetam uma alta de 35% na comercialização de imóveis em 2021.
Fróis explica que a longo prazo, o investimento imobiliário é o que tem melhor confiabilidade. “Ao se comprar um imóvel, o capital aplicado não fica suscetível a oscilação do mercado financeiro, como, por exemplo, no caso de ações e cambio, onde existe maior risco. Ao mesmo tempo, a perda de liquidez pode acontecer de forma momentânea, por conta de fatores que envolvem potenciais compradores desse bem, como a falta de confiança e taxa de desemprego. Dificilmente um imóvel sofre com desvalorização”.
“Estamos em um forte aquecimento do mercado imobiliário no Brasil e especialmente na região Sul. Os estoques de imóveis com valores abaixo dos R$150 a 200 mil têm aumentado na mesma proporção que a oferta de crédito, devido às baixas taxas de juros”, explica Luiz Henrique Vilain, especialista de Crédito Imobiliário do Ailos.
Existem muitas oportunidades no mercado, mas, para comprar seu imóvel, a primeira dica é o planejamento antecipado, não comprando apenas na chamada “emoção do momento”. Além do valor de compra e venda, outros custos estão envolvidos, como os impostos e custas de cartórios. É preciso analisar também se terá que fazer algum tipo de reforma, pois é um gasto extra no valor da compra.
“É importante considerar também que a compra de um imóvel é uma dívida de longo prazo. Por isso, é preciso ficar atento e garantir que a parcela do crédito imobiliário não irá afetar de forma negativa o orçamento da família. É importante também fazer simulações e observar que, se hoje a pessoa paga R$ 1 mil de aluguel e a parcela de crédito imobiliário ficar no mesmo valor, será vantajoso substituir essa dívida por algo que, no futuro, será dela”, diz Marcos Lemfers, também especialista de Crédito Imobiliário do Ailos.
Além disso, antes de fechar negócio, entre em contato com a cooperativa ou instituição financeira de sua confiança para realizar simulações, prazos e entender todo o passo a passo de um financiamento. Também não se esqueça de conhecer mais sobre o imóvel: localização, cota de enchente, acesso ao comércio local, trânsito, entre outros fatores.
Neste contexto de análise dos vários ângulos da negociação, vale destacar o trabalho das cooperativas de crédito. “Existem diversas instituições financeiras, porém as cooperativas de crédito oferecem diferentes vantagens para quem busca adquirir o primeiro imóvel, como a flexibilidade na escolha da propriedade, variedade de linha de crédito, acessibilidade para cooperados de baixa renda, agilidade no processo – de 30 a 60 dias – e economia sustentável, fortalecendo o desenvolvimento da comunidade”, destaca Lemfers.
Três formas de comprar o imóvel próprio de acordo com o seu perfil
Na hora de adquirir um imóvel, é necessário analisar qual o melhor meio para a compra, como o consórcio, financiamento ou o crédito imobiliário. Abaixo, confira três modalidades de aquisição disponíveis para cada tipo de objetivo e perfil, explicadas pelos especialistas Ailos:
1) Consórcio
É indicado para pessoas que querem fazer um planejamento futuro, sem pressa de adquirir o imóvel. Esta é uma boa opção principalmente para os mais jovens, pois estes conseguem incluir o valor da parcela em sua realidade financeira, se preparando para a compra e usufruindo de menores taxas, sem que isso pese no orçamento. A modalidade é contratada por um grupo de pessoas com um objetivo de compra comum, que poupam todo mês para adquirir o bem ou serviço.
Ao adquirir a sua cota, você passa a integrar o grupo de consorciados referente ao que você deseja adquirir. A definição de qual consorciado terá direito a resgatar o valor investido é feita em conjunto em uma assembleia. As contemplações são separadas de duas formas: por sorteio, do qual participam em iguais condições todas as cotas que estão em dia no grupo; e por lance, que é um percentual que o consorciado pode ofertar para aumentar suas chances de contemplação. O lance vencedor pode ser pago com recursos do consorciado ou com o próprio crédito da cota.
2) Financiamento
O já conhecido financiamento traz mais flexibilidade na escolha do imóvel conforme as regras atuais de cada instituição. É indicado para prazos menores e possibilidade de assumir parcelas maiores. Nas cooperativas, esta modalidade tem as vantagens de oferecer taxas de juros inferiores ao mercado, dinheiro liberado diretamente na sua conta corrente e liberação rápida, com menos burocracia.
3) Crédito imobiliário
O crédito imobiliário costuma ser a linha com maior prazo disponível e taxas reduzidas. Com isso, é indicado para pessoas com média e baixa renda, para as quais o valor da parcela se torna mais importante que o prazo.