Anônimos: apaixonada pelos animais, dona Edma já resgatou mais de mil cães em Blumenau
Nos últimos 20 anos, a moradora de Blumenau dedicou sua vida aos cachorros abandonados
A primeira cachorra, que inclusive estava grávida, foi tirada da rua por dona Edma logo que ela se casou. A moradora de Blumenau, que já tinha um gato na época, se apaixonou pelo ato. Há 20 anos ela dedica sua vida a resgatar animais abandonados.
Natural de Trombudo Central, Edma veio para Blumenau aos 14 anos. Por quatro décadas ela trabalhou no comércio. Nesse meio tempo, o casal teve dois filhos. Mesmo tendo “casa pra cuidar, roupa pra lavar e família”, como ela diz, a idosa não consegue largar a atividade.
“Depois que você começa a resgatar não larga mais, é como um vício. Pela idade eu nem poderia, é bem puxado. Mas meu coração não me permite ignorar”, comenta.
Além do trabalho doméstico, Edma dedica pelo menos uma hora e meia por dia para tratar cães que moram em sua casa e limpar o espaço em que eles ficam. O trabalho dela também inclui responder às mensagens das pessoas que pedem ajuda ou querem adotar um bichinho.
“Como agora não tem mais feira de adoção, eu estou bancando eles. Eu até recebo umas doações, mas tem muita gente pedindo ajuda. Esses dias eu ganhei dez sacos de ração e fiquei só com um”, relata.
Apesar de ter ajuda financeira, Edma conta que está sempre “atolada” em dívidas. Apenas no ano passado, ela gastou mais de R$ 40 mil na clínica veterinária. Neste ano, a conta já ultrapassou os R$ 20 mil.
“Sempre que penso em parar aparece um anjo salvador me ajudando e sigo em frente. Quando tinha loja fazia tudo por conta, mas não tenho como bancar sozinha sendo aposentada. Hoje vivo com pouco, a única coisa que me importa é comer bem”, afirma.
Apesar do marido de Edma gostar dos animais, ele defende que a rotina está se tornando muito pesada para ela. Mesmo antes da pandemia, o casal muitas vezes ficava preso em casa para tomar conta dos cães.
“Tem quem pense que é fácil, mas é muito pesado. O que impulsiona é o amor. Sempre que eu penso em ser racional e parar, algo acontece. Deus me mostra que não. Se eu tenho saúde e força, por que parar de socorrer esses pobres bichos?”, questiona.
O processo de adoção de um cão por meio da voluntária conta com perguntas para garantir que a família está preparada para receber o animal. Caso Edma acredite que o interessado não está apto a cuidar do bichinho, ela não realiza a doação.
Para garantir que os animais não sofram, Edma combina com o adotante que, caso ele não se adapte com o cão, ele pode ser devolvido para ela. A voluntária mantém contato com as famílias para checar se os cães estão bem.
“Tem gente que adota e acha que em três dias todos os problemas estarão resolvidos. Mas tem que saber lidar com os animais. As pessoas não têm paciência, mas o sentimento dos cães é muito nobre”, defende.
Porém, a moradora de Blumenau enfatiza que sua casa não é um abrigo para abandono. Apesar de ela resgatar cães abandonados, ela não aceita que desconhecidos que não querem mais o animal deixem o bichinho com ela.
“Já aconteceu de eu chegar em casa e ter uma caixa com seis filhotes. Se me procuram, eu não aceito. O que eu faço é me oferecer para conseguir um adotante. Se quem for adotar não puder castrar e vacinar, eu pago”, conta.
Caso você deseje fazer uma doação em dinheiro, é possível depositar nesta conta da Viacredi:
Agência: 0101
Conta corrente: 733.451-6
CPF 520.223.829-00
Edma Annuseck