Apoiadores de Bolsonaro organizam manifestação para domingo em Blumenau

Ato tem o apoio do PSL local, mas ainda não mobilizou outros grupos que participaram de passeatas anticorrupção nos últimos anos

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em Blumenau estão organizando um ato para o próximo domingo, 26, quando há previsão de manifestos em diversas cidades. O objetivo anunciado é pressionar o Congresso Nacional a aprovar pautas do governo, como a reestruturação dos ministérios, a Reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Em Blumenau, o ato deve acontecer na frente da prefeitura a partir das 16h. Até o momento, o protesto blumenauense é encabeçado pelo grupo Bolsonaro Blumenau, que criou um evento no Facebook.

De acordo com Jonathan Ribeiro Leal, coordenador do movimento Direita Santa Catarina em Blumenau e um dos organizadores do ato na cidade, a organização veio do povo, e não do partido do presidente.

“Eu acredito que o problema do nosso Brasil não é o centrão. É o rombo fiscal, o déficit da previdência, os gastos do empresário com impostos, a reforma tributária… Precisamos do apoio de todos para que o presidente consiga mandar suas pautas para o Congresso dentro desse novo modelo sem toma lá dá cá”, declara.

Outros grupos

Outros grupos que participaram de manifestações semelhantes contra a corrupção nos últimos anos, como o Vem Pra Rua e entidades empresariais blumenauenses, ainda não manifestaram apoio ao movimento. Segundo o presidente da Associação Empresarial (Acib), Avelino Lombardi, o tema não chegou a ser debatido internamente.

“O setor produtivo desse país tem que se manifestar em apoio às reformas”, opinou Lombardi.

Em Brasília, lideranças do PSL têm discordado publicamente sobre o apoio aos protestos. A líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann, por exemplo, posicionou-se contra.

No PSL local, o deputado estadual Ricardo Alba (PSL) apoia o manifesto. Segundo a assessoria dele, vídeos serão publicados nas redes sociais nesta semana para convocar apoiadores.

Luciano Hang, proprietário das lojas Havan e notório apoiador do presidente, fez uma publicação no Twitter provocando os seguidores a acompanhá-lo na manifestação.

Movimentos nacionais se dividem

Dois dos principais movimentos nacionais que organizaram as manifestações pró-impeachment da Dilma, o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua, se manifestaram contra as passeatas deste domingo.

O MBL desmentiu os comentários de que estaria apoiando o ato e publicou um esclarecimento no Twitter classificando o movimento como antirrepublicano.

Já a página nacional do Vem Pra Rua se pronunciou apenas por meio de um story na conta do Instagram. Os seguidores do movimento haviam cobrado uma posição deles por meio de comentários nas redes sociais.

Eles afirmam reconhecer a importância do ato e concordam com as pautas debatidas pela organização, porém, afirmam que não estarão presentes por não apoiar partidos ou políticos.

Reprodução/Instagram

Entretanto, a página do Vem Pra Rua de Florianópolis está organizando um ato na cidade na Catedral da Praça XV. Para Jonathan, movimentos como o MBL se recusam a apoiar o ato deste domingo por não aceitarem que o protagonismo seja do povo.

“O MBL diz que foi o grande organizador das maiores manifestações no Brasil, mas apenas porque a gente não consegue fazer nada sozinho. Ele é apenas o catalisador, o protagonista é o povo. Não me surpreenderia se em poucos dias eles mudassem de ideia, pois isso aconteceu no período eleitoral”, afirma.

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