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Após atrasar salário de funcionários, Coteminas tem 48 horas para se explicar para Justiça do Trabalho de Blumenau

Decisão foi do juiz titular da 2ª Vara do Trabalho, Jayme Ferrolho Junior

Os funcionários da Coteminas, em Blumenau, ainda não receberam o salário referente ao mês de janeiro – a ser pago até o quinto dia útil de fevereiro. Atualmente, portanto, os trabalhadores da empresa têxtil estão com uma semana de atraso em seus salários.

Apesar da crise financeira que vive a empresa, este é o primeiro registro de atraso salarial na unidade blumenauense. Diante desta situação, o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau (Sintrafite) entrou com uma Ação Trabalhista na Justiça do Trabalho de Blumenau.

O juiz titular da 2ª Vara do Trabalho, Jayme Ferrolho Junior, determinou que a empresa fosse intimada por meio de um oficial de justiça. A intimação é para que a Coteminas preste informações em um prazo de 48 horas. O prazo máximo para respostas está previsto para esta quarta-feira, 15.

Segundo o presidente do Sintrafite, Carlos Alexandre Maske, o primeiro prazo de pagamento dos salários dos funcionários foi descumprido. “Eles nos informaram que iriam pagar até sábado, dia 11, mas isto não aconteceu. A questão do salário, para o trabalhador, é sagrado, e por isso vamos seguir acompanhando esta situação de perto”.

Carlos informa ainda que não está descartada uma manifestação na porta da fábrica localizada na rua Progresso. “Estamos avaliando esta possibilidade. Seria uma manifestação justamente para demonstrar a insatisfação com o atraso salarial”.

O pedido do Sintrafite, entre os vários realizados na Ação Trabalhista, é para que a Coteminas pague os salários até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido – ou seja, até o quinto dia útil de março -, solicitando uma pena de multa diária em favor dos empregados caso isto seja descumprido. Além disso, pede-se também que este tipo de situação não mais aconteça.

O sindicato já pediu também uma reunião com a direção da empresa para que haja uma solução definitiva para o caso.

Até a divulgação desta reportagem, não foi possível contato com algum representante da Coteminas. Contudo, o jornal O Município Blumenau deixa o espaço aberto para manifestações da empresa.

Crise da Coteminas

A crise financeira da Coteminas não é novidade. A coluna Economia em Pauta trouxe, com exclusividade, em junho de 2022, a informação a respeito da suspensão de centenas de contratos.

Em um período de cerca de oito meses, 500 funcionários da Coteminas, de Blumenau, ficaram com o contrato de trabalho suspenso temporariamente, no chamado modelo “lay-off”. O acordo foi feito entre a empresa, trabalhadores e sindicato no início de 2022, dando seis meses e meio de paralisação. O lay-off é uma alternativa para empresas brasileiras que estão em crise financeira, mas não querem demitir os funcionários.

A crise, inclusive, afeta outras unidades da empresa, com registros da atuação de sindicatos de trabalhadores realizando cobranças na Paraíba e em Minas Gerais.


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