Após pai se entregar, menina de Blumenau é levada para abrigo e família vai ao RJ para buscá-la

Delegado da Dpcami confirma que o inquérito será concluído em até 30 dias e Anderson passará por audiência de custódia no Rio de Janeiro

Na manhã desta sexta-feira, 21, o delegado Bruno Fernando, da Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente (Dpcami), trouxe novas informações sobre o caso envolvendo Anderson Rafael Hasse, 40 anos, e sua filha de 8.

De acordo com o delegado, a menina está bem e a família já está a caminho do abrigo onde a criança foi encaminhada, no Rio de Janeiro (RJ), para buscá-la. “A criança será ouvida em depoimento especial, que será realizado em juízo, visando evitar revitimização”, aponta. Ela e o pai haviam desaparecido no início de março, quando ele não a devolveu após um fim de semana de visitação.

Em relação a Anderson, o delegado informou que ele aguarda a determinação judicial sobre seu recambiamento para o estado de Santa Catarina, onde reside, após passar por audiência de custódia.

Durante este processo, a Justiça decidirá sobre os próximos passos, incluindo a possibilidade de prisão preventiva. O inquérito policial, segundo Bruno Fernando, está em andamento e deverá ser concluído no prazo de 30 dias.

Anderson se entregou nesta quinta-feira

Na noite desta quinta-feira, 20, Anderson se entregou para a polícia. Conforme o delegado, os dois se encontram em uma delegacia na capital carioca, localizada na favela da Rocinha.

No dia 28 de fevereiro, a menina foi passar o fim de semana de visita com o pai, que ocorre a cada 15 dias. Como naquele fim de semana havia feriado de Carnaval, ele poderia devolver a filha na quarta-feira, 5, na escola, às 13h15. No entanto, isso não ocorreu. Ao buscar a criança no final do dia, a mãe constatou o desaparecimento.

Em vídeo divulgado no programa Cidade Alerta, Anderson afirmou que a atitude foi para proteger a filha.

Pai que sequestrou a própria filha enviou vídeo para programa de TV:

Desaparecimento da menina de Blumenau

A investigação da polícia apurou que Anderson planejava há cerca de três meses desaparecer com a filha. Segundo depoimentos de amigos e familiares, o homem demonstrava insatisfação com a perda da guarda da criança e relatava um suposto abuso cometido por um familiar, o que teria motivado as ameaças. Conforme as investigações, Anderson dizia que, caso não conseguisse fugir com a filha, mataria o familiar. Os fatos foram detalhados no inquérito policial e atualmente tramitam no Poder Judiciário.

A Polícia Civil descobriu que Anderson vinha se desfazendo de seus bens, como carro e instrumentos musicais, e também havia realizado um empréstimo bancário de R$ 60 mil para financiar a “empreitada criminosa”, conforme relata o delegado.

No dia em que foi visto pela última vez, Anderson foi deixado na região do Morro do Baú, em Ilhota, com várias malas e instrumentos musicais. Ao motorista de aplicativo que o levou, ele afirmou que um amigo o buscaria para ir a Blumenau e, posteriormente, viajaria com colegas para Piratuba, no Oeste de Santa Catarina, para aproveitar o feriado de Carnaval. Porém, os colegas negaram qualquer participação ou conhecimento dessa suposta viagem.

Acusações apuradas pela polícia

Além do planejamento para a fuga, Anderson é acusado de praticar alienação parental, manipulando emocionalmente a filha contra a família materna. Essa conduta foi um dos principais fatores para a decisão judicial que resultou na perda da guarda da criança.

Diante dos fatos, a Polícia Civil representou pela prisão temporária de Anderson pelos crimes de sequestro, cárcere privado e desobediência. O pedido foi acolhido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) e deferido pelo Poder Judiciário pelo prazo de 30 dias.

Até então, o último contato confirmado com Anderson havia sido em 1º de março. A comunicação oficial da fuga chegou à Dpcami no dia 6, o que chegou a levantar suspeitas de que ele já tivesse deixado Santa Catarina ou até mesmo o Brasil.


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