Após reclamações, universidade de Blumenau esclarece redução em bolsas Uniedu
Estudantes relataram queda na porcentagem da bolsa
Por Alice Kienen- 25/05/2022
- 9:30
Diversos estudantes da Universidade Regional de Blumenau (Furb) deram de cara com as bolsas Uniedu passando de 100% para 25% entre o semestre passado e o atual. A queda foi vista como um corte pelos alunos. Entretanto, a universidade relatou que o segundo semestre de 2021 é que apresentou porcentagens fora da realidade.
Criado pelo governo estadual, o Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catarina (Uniedu), beneficia especialmente professores que buscam graduação em licenciaturas. Entretanto, qualquer estudante que more no estado há pelo menos dois anos pode se candidatar.
Em 2021 os recursos repassados pelo governo estadual ultrapassaram a demanda por bolsas. Por conta disso, todos estudantes que se inscreveram no Uniedu e tiveram o cadastro aprovado receberam o benefício.
No segundo semestre, 500 novos estudantes entraram para o programa, mas um novo aporte foi repassado. Como o recurso precisa ser investido dentro do ano fiscal, a universidade aumentou a porcentagem das bolsas já concedidas para aproveitar todo o valor.
“Quem já recebia no primeiro semestre, teve percentuais muito maiores no segundo. Já neste ano precisamos reduzir novamente o percentual para dar conta dos novos estudantes, mas o valor atípico foi o do semestre passado”, esclarece a coordenadora de Assuntos Estudantis da Universidade, Lucymara Valentini Borges.
No total, o Uniedu enviou R$ 23 milhões durante os dois semestres de 2021. Já em 2022, já foram repassados R$ 26 milhões. Por não saber se um novo aporte será feito no segundo semestre, a universidade já separou R$ 3 milhões para os novos estudantes que podem se inscrever.
Apesar de o valor ser maior do que o do ano passado todo, a incerteza de um novo aporte obrigou a universidade a reduzir a porcentagem de benefícios para poder dividir o valor durante todo o ano sem reduzir o número de estudantes beneficiados.
“Aumentamos o número de beneficiados, mas quase dobramos o número de inscritos, então quase 1,1 mil estudantes não receberam bolsa. Então se este ano vier um novo aporte, temos estudantes para beneficiar com a bolsa”, complementa Lucymara.
Atualmente, 1.781 estudantes estão sendo beneficiados pelo Uniedu. Até o fim do ano, o número pode ultrapassar 2 mil. Entretanto, há 2.853 estudantes aptos a receber bolsa. Contando com os que não completaram o cadastro, são mais de 3 mil.
Esse aumento na busca por bolsas se deve, em parte, ao fato de que até então a universidade conseguia suprir a necessidade de todos os inscritos. Isso fez com que novos estudantes buscassem a Furb. Entretanto, há um limite no número de alunos que podem ser atendidos.
Muitos dos matriculados que chegaram em 2022 com expectativa de bolsas altas como as que existiram no ano passado, deram de cara com a possibilidade de não receber nenhuma porcentagem. Mesmo com o aumento no repasse do governo do estado.
“Sabemos que a crise econômica está impactando diretamente nossos estudantes. Observamos que a taxa de desemprego ou de trabalho informal dificulta a vida deles. Assim como a diminuição da renda familiar. Muitos estudantes que nunca precisaram de bolsa agora estão pedindo”, conclui.
Gráfico mostra salto nas bolsas
Este gráfico com o número de beneficiados em cada porcentagem das bolsas Uniedu mostra o salto em estudantes com cobertura máxima da mensalidade no segundo semestre de 2021 em comparação com o primeiro semestre.
Em comparação, é possível observar que pouquíssimos estudantes receberam bolsas de valor mínimo no mesmo período. No primeiro semestre de 2022, os números voltaram a seguir valores comparáveis com o primeiro semestre de 2021.
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Nas bolsas 100% entram todos estudante do Programa de Educação Superior para o Desenvolvimento Regional (Proesde), que até 2019 cobria apenas 70% da mensalidade, e alunos em situação de vulnerabilidade social extrema. Segundo a coordenadora, o número de beneficiados por esta categoria reduziu apenas por uma redução no número de inscritos.
O acima de 100% é representado por alguns estudantes que recebem bolsas de pesquisa e extensão, que são fixadas em R$ 1,1 mil. Como algumas mensalidades custam menos do que isso, eles recebem acima do gasto e podem retirar o restante em dinheiro.
CrediFurb
Uma das movimentações da universidade para lidar com a alta busca por bolsas foi ampliar o CrediFurb. O programa de financiamento interno da instituição é direcionado ao aluno que não tem condições de pagar todo o valor da mensalidade. Isso inclui os que já possuem bolsa parcial.
Ele possibilita financiar até 50% do curso. Ou seja o estudante pode pagar metade do valor da mensalidade no período em que está estudando. O restante é pago após a formatura sem juros, apenas com atualização dos valores da mensalidade.
