Após reportagem exclusiva, vítimas de servidor da UFSC Blumenau são orientadas a fazer boletim de ocorrência

Confira como o deputado estadual Egídio Ferrari pretende auxiliar no caso

O jornal O Município Blumenau publicou na última semana uma reportagem exclusiva sobre cerca de 20 alunas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de Blumenau que denunciaram um servidor da instituição por assédio e importunação.

Após ler a reportagem, o deputado estadual Egídio Ferrari postou um vídeo em seu Instagram afirmando que colocaria toda a sua estrutura de gabinete à disposição das jovens, para que consigam “colocar esse cara na cadeia”, como disse Egídio.

Leia também: Cerca de 20 alunas da UFSC Blumenau denunciam servidor por assédio e importunação

Confira o vídeo

O que será feito?

Algumas jovens preferiram não registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar, como recomendado pela instituição, por ter medo de como ele pode reagir caso ela seja identificada. Porém, denúncias anônimas foram registradas no site da Polícia Civil e haviam as denúncias para UFSC, que já acontecem desde 2019.

“Mais de 20 mulheres denunciaram essa prática. Algumas registraram boletim de ocorrência na delegacia de polícia, mas outras me relataram que não o teriam feito por medo, pelo fato de já terem tido sua família e filhos ameaçados por este cidadão”, explica Egídio.

A partir disso, a equipe do deputado estadual está em contato com algumas vítimas, buscando os contatos das demais, para insistir que todas registrem o boletim de ocorrência. Afinal, segundo eles, é uma etapa de grande importância para o início das investigações.

Eles ressaltam que o gabinete está à disposição para o que as jovens precisarem. A equipe segue acompanhando todo o caso e fazendo a ligação com a polícia, para que o inquérito seja instaurado e investigado pelo órgão competente.

“Desde que tomei conhecimento do caso, coloquei meu gabinete à disposição para auxiliar essas mulheres. Infelizmente os danos causados a elas não tem volta. Mas nos resta agora confortá-las, encorajá-las e estar ao seu lado, na luta por justiça”, finaliza o deputado estadual.

Sobre o caso

O servidor de 47 anos, denunciado por abuso e importunação sexual trabalhava no setor de Tecnologia da Informação (TI) da UFSC Blumenau. As alunas que fizeram a denúncia relataram que recebiam mensagens de cunho sexual e que o contato era insistente.

Os dados das estudantes como e-mail, número de celular e até mesmo endereço foram acessados por ele através do banco de dados da universidade. Por trabalhar na área de TI, o homem têm acesso livre às informações.

A maioria das vítimas é jovem, entre o fim da adolescência e início da vida adulta. A abordagem sempre inicia falando sobre o sistema de bolsas da universidade, pelo qual o técnico em tecnologia seria responsável e gostaria de tirar dúvidas. No entanto, o servidor logo alterava o tema da conversa e partia para assuntos e comentários sexuais.

Mais de 20 meninas se uniram para formar uma comissão e levar o caso à reitoria, mas não ficaram satisfeitas com o resultado.

Investigações anteriores

O servidor já foi alvo de investigações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele foi indiciado em 2019, após a Polícia Civil apreender o notebook e o celular dele. Por ser sigiloso, detalhes do inquérito não foram divulgados. Porém, ele já trabalhava na UFSC na época.

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela 10ª Promotoria de Justiça de Blumenau. A 10ª PJ é responsável por casos de violência contra a mulher.

Após as denúncias serem registradas na reitoria, a UFSC chegou a afastar o servidor por 60 dias. Em seguida, o prazo foi prorrogado e ele passou cerca de 4 meses afastado, mas retornou ao trabalho após o período. Durante o afastamento, ele seguiu recebendo o salário de aproximadamente R$ 3,4 mil.

Em nota, a instituição afirmou que “realizou todos os procedimentos administrativos”. As alunas foram orientadas a registrar um boletim de ocorrência e um Processo Administrativo Disciplinar avaliou o caso, que foi encaminhado para a reitoria e aguarda decisão.


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