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Assassina da grávida de Canelinha escreve carta que fala de arrependimento e perdão

Rozalba Maria Grime, que matou Flávia Godinho Mafra, em Canelinha, em agosto de 2020, escreveu uma carta em agosto deste ano. O relato é sobre a vivência dela na prisão, os pensamentos em relação ao crime e o relacionamento com a advogada, Bruna dos Anjos.

No documento, a assassina confessa relata que tem pensamentos de culpa e que ouve vozes que a afundam.

Ela diz pensar muito na família da Flávia, e se algum dia eles a irão perdoar pelo crime. “Sei que nada que eu falar vai tirar a dor e a falta que ela faz, mas eu preciso muito do perdão deles, porque isto é algo que me atormenta”, declara.

Em outro trecho, ela relata que o apoio da família a mantém de pé. “Por minha culpa estão sofrendo preconceitos e humilhação, por algo que eu cometi sozinha, por isso me culpo e quero acabar para esquecerem tudo isso”, escreve Rozalba.

A assassina ainda conta que não sofre tanto preconceito na prisão, e as agentes a tratam com educação.

Leia a carta na íntegra:

“Quando te conheci vi em você uma pessoa que entendeu a minha situação e não me julgou com outros olhos, além da profissional que você é, uma pessoa que posso confiar.

Está difícil essa pressão psicológica em minha cabeça, não vejo um final para essa situação, tenho pensamentos de culpa, vergonha, me sinto péssima, escuto vozes que me afundam. 

Penso muito na família da Flávia, se algum dia eles vão me perdoar, sei que nada que eu falar vai tirar a dor e a falta que ela faz, mas eu preciso muito do perdão deles, porque isto é algo que me atormenta. Porque hoje paro e penso, como eu fiz aquilo e choro muito. Me arrependo e não me perdoo todos os dias, não sei como fiz pois eu sempre fui uma boa pessoa, ajudava todo mundo.

Parece que ouço vozes me condenando e me lembrando de cada segundo, minha cabeça chega a tontear, em colocar um ponto final nisso tudo, será melhor para todos, pra família da Flávia e para minha, pois acabaria com esse sofrimento angustiante de todos. 

O que ainda me mantém de pé é o apoio da minha família. Por minha culpa estão sofrendo preconceitos e humilhação, por algo que eu cometi sozinha, por isso me culpo e quero acabar para esquecerem tudo isso. O que também me ajuda é o lugar onde estou, sou bem tratada. Consegui passar no psiquiatra, conversei com ele e consegui falar um pouco sobre tudo. Espero que eu consiga continuar as consultas, pois me ajuda a espantar tudo o que estou sentindo, estou sendo medicada para poder dormir, porque nem isso estava conseguindo. Aqui também não sofro tanto preconceito, as agentes me tratam com educação e a chefe de segurança me colocou em um alojamento onde as meninas não me discriminam pelo que fiz. Bruna desculpa pelo desabafo, mas eu preciso por para fora de alguma forma. Você é uma pessoa que está me acompanhando nessa situação e espero que você possa me entender.”

Divulgação

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