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Assassino de Marise Mette é condenado por feminicídio em Blumenau

Júri popular concordou com todas as qualificadoras da promotoria

Carlos Erasmo Luiz dos Santos foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato de Marise Mette dos Santos nesta quarta-feira, 14. A blumenauense foi morta a facadas em outubro de 2019, aos 45 anos.

Além do feminicídio, todas as quatro qualificadoras apontadas pelo Ministério Público foram acolhidas pelo tribunal do júri. Entre elas estão motivo torpe e sem oferecer defesa à vítima. O promotor Odair Tramontin se declarou muito satisfeito com o resultado.

“A pena não é aquela que eu gostaria. Mas, dentro dos critérios, é a pena possível. Como promotor de justiça e cidadão, estou realizado porque a família tem uma resposta e um conforto e o réu recebe uma punição que servirá de pedagogia para os agressores”, opina.

Em entrevista O Município Blumenau, Tramontin comentou que acreditava que o feminicídio de Bianca Wachholz tinha sido o júri mais grave que ele já havia participado. Porém, relatou que o caso de Marise foi muito mais “cruel e perverso”.

Descoberta do corpo

O crime aconteceu em outubro de 2019, na casa da vítima, localizada na rua Belvedere, no bairro Tribess. Foram os vizinhos que encontraram o corpo de Marise – já em decomposição – devido ao forte cheiro que vinha da residência.

Após perícia realizada, a causa da morte foi apontada como asfixia, devido aos vários ferimentos de facadas que a vítima sofreu na região do pescoço.

Logo que acionaram a polícia, a suspeita se deu para Carlos, que era o companheiro da vítima e estava desaparecido. Dias depois ele foi encontrado no Rio Grande do Sul, onde foi preso.

 

 

Arquivo Pessoal

A denúncia contra o acusado oferecida pelo MP-SC traz detalhes de situações que teriam ocorrido durante o período de relacionamento e até tentativas de separação do casal. Neles, constam os depoimentos do filho e da irmã da vítima.

Marise e Erasmo se conheceram pela internet e ficaram juntos por cerca de três anos. Após um período de relacionamento, foram morar em Florianópolis, onde a vítima começou a ser agredida e chegou a ficar em cárcere privado.

Esse motivo fez o filho e a irmã da vítima, Rubia Rosane Mette, irem buscá-la pela primeira, para tentar salvá-la e a trazer de volta a Blumenau. Porém, nesta primeira tentativa, Erasmo os perseguiu e conseguiu pará-los na BR-101, onde agrediu três. Ele teria quebrado os dentes de Rubia, além de provocar ferimentos em Marise e seu filho.

Marise era estuprada e torturada

Além disso, nos depoimentos constam outros diversos episódios gravíssimos das atitudes violentas do acusado. Entre eles, há situações de estupro à Marise e agressões à própria mãe.

O acusado a agredia e torturava quando ela se negava a ter relações sexuais, sendo que ele já a torturou com um alicate nas partes íntimas. Outrossim, a vítima relatava que Carlos ameaçava de queimá-la com gordura e a pegava pelo pescoço. Contou também que o acusado costumava ofender Marise e dizer que ela ficaria com ele até morrer. Apontou que o réu é forte e bem mais alto que Marise, sendo por este motivo que a vítima não conseguia esboçar qualquer reação. Disse também que, além da depoente, a filha e o genro já haviam ajudado a vítima em outras oportunidades. Revelou que a mãe do acusado já havia dito que ele também a agredia”.

Outro trecho dos depoimentos e da acusação feita pelo MP-SC apontam que Erasmo chegou a atear fogo na residência de Marise, quando ela não estava em casa. Segundo a promotoria, isso demonstra a gravidade do temperamento agressivo do réu, que culminou no feminicídio.

“Em data incerta, porém antes do dia 18 de outubro de 2019, no interior da residência situada na Rua Belvedere, n. 54, Bairro Tribess, nesta cidade e comarca de Blumenau, o denunciado Carlos Erasmo, imbuído de manifesta intenção homicida, matou Marise Mette dos Santos. Na ocasião, o denunciado, cumprindo com as ameaças de morte que vinha proferindo, passou a desferir inúmeros golpes de faca contra a vítima, especialmente na região no pescoço, os quais foram suficientes a romper completamente a traqueia de Marise e causar-lhe o óbito decorrente de asfixia, por 2 lesão cervical”, conclui a denúncia.


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