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Ausência do Vale do Itajaí em pacote do governo gera embate político

Deputados da região se dividem entre protestos e a defesa da gestão Carlos Moisés

A ausência do Vale do Itajaí no pacote de investimentos em infraestrutura previsto pelo governo de Santa Catarina para os próximos anos criou um embate político que envolve entidades empresariais e representantes da região na Assembleia Legislativa.

Na sessão da Alesc nesta terça-feira, 18, o deputado Ricardo Alba (PSL) criticou manifestações das entidades empresariais de Blumenau, que haviam questionado por que ficaram de fora da lista do governo obras importantes, como o prolongamento da SC-108 e a reforma da rodovia Jorge Lacerda.

Em discurso na tribuna, Alba listou investimentos feitos pelo governo em hospitais da região, no programa Entra 21, de formação de mão de obra para empresas de tecnologia, e em bolsas de graduação e pós-graduação para estudantes. E atacou a tese de que o governo esqueceu o Vale:

“O que não pode ser veiculado nas redes sociais é que o governador virou as costas, isso é mentira. […] Vamos construir, porque para reclamar tem um monte de gente”.

Questionado pelo deputado Vicente Caropreso (PSDB), de Jaraguá do Sul, sobre quais eram as entidades que haviam se manifestado, Alba evitou nominá-las.

“Não tenho nada pessoal contra essas entidades, mas cometeram um equívoco”.

Rodolfo Espínola/Alesc

Apoio às entidades

Outros deputados saíram em defesa das entidades empresariais. Milton Hobus (PSD), de Rio do Sul, cobrou a retomada de obras relacionadas à prevenção de enchentes e disse que o Vale é a região que mais arrecada impostos em Santa Catarina. Ele pediu a Alba, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Itajaí, que consiga uma audiência com Moisés.

“Claro que todos nós ficamos sentidos, as entidades ficaram sentidas, porque não viram nenhuma obra nova sendo anunciada para o Vale do Itajaí pelo governador Moisés. Nós temos o direito de cobrar. […] Isso não é estar contra o governo”, afirmou.

Rodolfo Espínola/Alesc

Ismael dos Santos (PSD) citou reportagens, inclusive de O Município Blumenau, sobre a reação das entidades blumenauenses.

“Não é possível que num pacote de R$ 200 milhões Blumenau fique de fora”, protestou.

Laércio Schuster (PSB), de Timbó, disse que a bancada do Vale precisa ouvir mais a sociedade local.

“A nossa Frente Parlamentar precisa ouvir mais, nós estamos fazendo audiências públicas para ouvir as pessoas, e não apenas para levar mensagens de governo”, disparou.

O pacote

O projeto Novos Rumos – Santa Catarina em Movimento, do governo estadual, prevê obras na Grande Florianópolis, Oeste, Meio-Oeste, Sul e Norte do Estado. Em Joinville, por exemplo, será duplicado o acesso ao industrial da cidade. Em Florianópolis, a SC-401 passará por uma revitalização (R$ 32 milhões). Chapecó receberá R$ 25 milhões para um contorno viário.

Na segunda-feira, em Itajaí, durante visita do ministro da Infraestutura, Tarcisio Gomes de Freitas, o governador Carlos Moisés disse que as obras representam apenas um primeiro anúncio da gestão na área de infraestrutura e que não esqueceu da região. Porém, não deu sinais de inclusão do Vale do Itajaí no pacote Novos Rumos.

“O que as entidades esperam é que possamos estabelecer, juntamente com a nossa representação política e com o governador, uma agenda positiva, onde possamos apresentar nossas demandas, estabelecermos as prioridades e montarmos um cronograma de trabalho”, avaliou o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, nesta quarta-feira, 18.