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Barranco em obra da Via Expressa volta a ceder apesar de muro de contenção

Acidente no local vitimou três trabalhadores após desmoronamento em março deste ano

Seis meses após o desmoronamento que vitimou três trabalhadores, o barranco da obra de um hotel às margens da Via Expressa cedeu novamente. Dessa vez, a ruptura ocorreu no talude acima do muro de contenção.

O Município Blumenau

De acordo com o secretário de Defesa do Cidadão, Carlos Menestrina, o acidente ocorreu no final da semana passada. Uma reunião com o engenheiro responsável pela obra está agendada para tarde desta quarta-feira, 25.

O objetivo é estudar como os trabalhos serão encaminhados após o acontecimento. A depender da posição da construtora, a Defesa Civil irá decidir se a obra será embargada novamente ou se segue com novas especificações.

O Município Blumenau

Ainda segundo Menestrina, a interrupção atual da obra veio por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). A fiscalização determinou que os funcionários não podem trabalhar próximo ao local do acidente até que o problema seja resolvido.

O Município Blumenau

Engenheiro foi responsabilizado

Após cerca de cinco meses de investigação, o inquérito concluído pela Polícia Civil responsabilizou o engenheiro da obra. O delegado Juraci Darolt da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Blumenau decretou que ele foi negligente quanto aos riscos.

Segundo trabalhadores do local, o engenheiro não ouviu os operários quando eles alertaram sobre os riscos do barranco desabar. Um dos funcionários alegra que ele chegou a adentrar a sapata de 1,8 metros, mesmo tendo sido avisado de que havia o risco de um desmoronamento no local.

De acordo com Darolt, o inquérito policial já foi enviado ao Poder Judiciário e agora aguarda a decisão do Ministério Público para saber se o engenheiro será denunciado e processado.

Sobre o desmoronamento

Por volta das 11h45 do dia 27 de março de 2019, uma avalanche de terra e pedras soterrou três trabalhadores da obra de um hotel às margens da Via Expressa. Dois deles foram encontrados sem vida, o terceiro morreu pouco mais de um mês após o acidente. Ademir ficou nove horas soterrado até ser libertado.

Três casas que ficam no alto do barranco precisaram ser interditadas pela Defesa Civil por conta dos riscos de novos deslizamentos de terra. As obras no local foram retomadas no final de abril, com a construção de um muro de contenção.