Ações são uma opção de aplicação bastante lucrativa, mas também muito arriscada. Tendo a volatilidade como uma constante, o mercado exige conhecimento e sangue frio para realizar as operações de compra e venda com segurança.
Apesar do risco, este é o tipo ideal para investidores de perfis mais agressivos, que sempre podem – e devem – recorrer a uma boa assessoria financeira para evitar perdas expressivas e indesejadas.
Nesse contexto, o mercado internacional se apresenta como opção sedutora para muitos brasileiros. Mas para fugir da burocracia de abrir conta em uma corretora estrangeira ou comprovar residência no exterior, há quem acabe desistindo do sonho de participar de companhias gringas de capital aberto.
Mas não precisa. A Bolsa de Valores brasileira oferece uma alternativa interessante de investimento no exterior: a BDR (Brazilian Depositary Receipt) – ativo negociado no Brasil vinculado a empresas de fora.
Ao contrário da compra das ações diretamente pela companhia, ao adquirir um título BDR, a pessoa não se torna sócia daquela empresa, mas tem direito aos seu dividendos, e tudo é negociado em reais.
Funciona como um fundo de investimentos que conta com um gestor responsável por fazer a busca por ativos de maior rentabilidade.
É dessa maneira que as companhias conseguem captar recursos brasileiros e os investidores nacionais diversificar sua carteira apostando no mercado externo.
Como investir?
O primeiro passo para investir em BDR é procurar uma instituição bancária ou corretora de valores credenciada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) – instituição autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda, que fiscaliza o mercado de valores mobiliários no Brasil.
Vale lembrar que cada instituição apresenta taxas de corretagem e custódia diferentes. Logo, é bom pesquisar antes de fechar o negócio para encontrar uma que seja mais interessante para o investidor.
Assim, a pessoa será apresentada à cartela de BDR disponível para escolher a opção que melhor atende aos seus objetivos. Usando esse artifício, é possível comprar cotas de ações da Amazon, Apple, Facebook, entre outras gigantes internacionais.
É importante lembrar que esse é um investimento de baixa liquidez. Isso deve ser considerado na hora de definir o objetivo da transação. Para esta operação, as quantias direcionadas não devem fazem parte da reserva de emergência, que precisa estar livre a qualquer momento.
Vantagens da BDR
Acompanhar de perto as movimentações do mercado é fundamental para garantir o sucesso das aplicações. É preciso fazer uma boa análise de cenário para decidir o melhor momento de comprar ou vender papeis.
Com a BDR não é diferente. Tem que ter um perfil agressivo e maturidade para encarar a intensa e súbita volatilidade do mercado. Superados esses desafios, a BDR se torna mais uma opção para quem quer diversificar a carteira de investimentos.
Aplicar em ativos seguros como o dólar pode conferir maior proteção ao patrimônio em momentos de crise. Especialmente quando se trata de moedas como o real, que é frequentemente desvalorizada frente ao dinheiro norte-americano.
Outra vantagem da BDR é o fato de não exigir que o investidor faça operações de câmbio, possua contas de custódia no exterior ou transfira dinheiro para outros países a fim de ter parte dos seus recursos em ações estrangeiras.
Quem pode investir
A BDR tende a ser vantajosa para quem já está acostumado a investir em renda variável, mas não é um mercado aberto para qualquer tipo de investidor.
É preciso que a pessoa física ou jurídica se declare um investidor qualificado, ou seja, que comprove possuir mais de R$ 1 milhão investido no mercado financeiro.
A outra alternativa para estar apto a fazer parte desse tipo de operação é prestar um exame de qualificação técnica, que também garante posicionamento no mercado.