Blumenau perdeu mais de 5 mil funcionários com carteira assinada em abril
No ano, o saldo é de 1.883 demissões a mais do que contratações
Os últimos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia apontaram que Blumenau teve em abril 1.545 contratações de novos trabalhadores. Em contrapartida, foram ao todo 7.316 demissões nesse mesmo período, dando um saldo de 5.771 desligamentos a mais do que novas carteiras assinadas.
A categoria mais afetada foi a indústria, que registrou 3.220 demissões e apenas 368 contratações, resultando em um saldo de 2.852 empregados a menos no setor. Na sequência aparece a atividade de “serviços”, que teve 2.347 demissões neste período, contra 635 contratações.
O comércio também teve uma grande queda no número de empregados em abril. Ao todo foram 1.356 demissões e apenas 331 contratações.
Esse desempenho negativo em abril também jogou o saldo anual da cidade para baixo. Até março, Blumenau possuía 3.888 contratações a mais que demissões, o que atualmente está em – 1.883.
Para se ter noção, o saldo do mesmo período no ano passado era de 3.510 empregados com carteira assinada a mais do que demissões em Blumenau.
Para o vice-presidente da Fiesc no Vale do Itajaí, Ulrich Kuhn, os números por si só são o reflexo da atual realidade perante a pandemia do novo coronavírus, e os números de maio devem ser parecidos. Segundo ele, isso acontece porque são nesses dois meses que os empresários começaram a entender o tamanho da situação.
“Em março iniciou tudo isso. Ninguém sabia como ia ser, e ninguém age de modo intempestivo, então se analisou primeiro. E por isso em abril, com tudo mais claro, infelizmente tiveram as demissões”, explicou Kuhn.
Ainda segundo ele, por mais que a situação seja bastante negativa, estamos passando por uma crise e por isso existem dois lados para se analisar.
“É com certeza muito triste, dramático, principalmente para o trabalhador que perdeu o emprego. Porém, a indústria tem mais de 40 mil empregados. Estamos falando de cerca de 6% de empregos a menos. Considerando isso, Blumenau se mantém numa posição melhor que outras cidades”, destacou.
Ulrich finalizou dizendo que as melhoras vão acontecer daqui pra frente gradualmente, porém, que é cedo pra dizer como e qual o tamanho dessa melhora. Para ele, isso deve acontecer com mais rapidez quando o comércio voltar a funcionar com mais força, em todo o país, e quando o consumidor, ainda receoso, voltar a comprar.
“A industria em Santa Catarina vende pra todo o país, não fica só aqui, então tudo precisa voltar a funcionar pra ela voltar a estar 100%. Mas ainda é necessário aguardar, porque ninguém, nem industria, comércio ou consumidor sabem como será o novo normal”.