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Blumenau planeja construir um Centro de Memória dos Desastres

Memorial abrigaria projetos educativos para sensibilizar visitantes sobre enchentes, enxurradas e deslizamentos de terra

Na semana em que Santa Catarina lembrará os 10 anos da tragédia climática de novembro de 2008, a prefeitura de Blumenau vai lançar o projeto de um Centro de Memória dos Desastres. A ideia será apresentada durante solenidade na quinta-feira, 22, dentro da programação que recorda os impactos das chuvas torrenciais de dez anos atrás e celebra a resiliência dos blumenauenses.

Segundo o secretário de Defesa do Cidadão, Carlos Menestrina, o objetivo é unir esforços entre as equipes do município e áreas da Furb relacionadas ao tema. O acervo do memorial deve contar com fotografias e objetos que servem de registro histórico de enchentes, enxurradas e deslizamentos passados.

O espaço também abrigaria projetos educativos e ferramentas de interatividade, algumas já existentes na Furb. Ainda não há um endereço definido, mas Menestrina adianta que pretende verificar a viabilidade de construir um segundo pavimento sobre a antiga sede da Delegacia Regional, em frente à prefeitura. Assim, o memorial poderia ser facilmente acessados por turistas.

“Estamos lançando a ideia, com o objetivo de ter este espaço educativo em dois anos. Queremos que não só escolas e a população em geral visitem, mas também os turistas. Será um espaço de conhecimento”, prevê Menestrina.

Sobre dinheiro para executar o projeto, o município já conversou com o Consulado do Japão, país que é referência em prevenção a desastres e mantém centros semelhantes em diversas cidades. Empresas e órgãos públicos brasileiros também serão contatados.

Marcos da tragédia

A tragédia climática de novembro de 2008 deixou marcas profundas em Blumenau e Santa Catarina. Foram 135 mortes provocadas por inundações e deslizamentos de terra. O volume de chuva registrado em um único fim de semana atingiu quase 500 milímetros.

Na paisagem da cidade ainda é possível observar vestígios dos estragos. Também há ao menos dois marcos oficiais da catástrofe: um no parque Ramiro Ruediger e outro no Cemitério São José.

No Ramiro há um monumento, do artista plástico Pita Camargo, em homenagem aos milhares de voluntários que ajudaram os blumenauenses uma década atrás. Ele foi inaugurado em 2009, no primeiro aniversário do desastre.

No Cemitério São José, no Centro da cidade, há um espaço destinado à memória das vítimas. No ano de 2016, a Associação Religiosa do Cemitério inaugurou a obra de reurbanização da área atingida por deslizamentos em 2008, além da revitalização da até então chamada Praça da Cruz, que fica no centro do cemitério.

A praça foi batizada com o nome de Luana Sofia Eger, a primeira vítima da catástrofe, na rua Araranguá.

Divulgação