Blumenau poderá ter postos de combustíveis sem frentistas ainda em 2022
Grupo que recebeu direito de atender com autosserviço deverá implantar modelo na cidade
Está no planejamento do grupo Mime a implantação do modelo autosserviço nos postos de combustíveis da rede em Blumenau. A informação foi confirmada pelo diretor de varejo da empresa, Gabriel Wulff.
Recentemente, o grupo conquistou na Justiça o direito de implementar o sistema nos postos da rede em Santa Catarina e está estudando a forma de atuação. A princípio, a primeira cidade a receber a inovação será Jaraguá do Sul – onde o processo correu – para depois ser distribuído em outros municípios.
Estamos estudando e criando um modelo piloto que a gente acredita que deve estar funcionando em 120 dias. Não é algo simples, é uma integração de tecnologias para que o abastecimento e pagamento sejam feitos perfeitamente, para gerar uma boa experiência ao cliente. Quando percebermos que está funcionando, devemos levar para outras cidades e Blumenau é uma delas”, destacou o diretor.
Ao todo, o grupo Mime possui quatro postos em Blumenau. Como ainda é recente, não há definição de qual unidade receberá o sistema de autosserviço e nem o prazo para que isso ocorra.
Como vai funcionar
De acordo com Wulff, o abastecimento sem frentista será realizado a partir da instalação de totens, tanto para o pagamento, quanto para acionar um botão de emergência, quando os clientes tiverem dúvidas.
O sistema será híbrido, fazendo com que os clientes escolham se querem abastecer sozinhos ou através de um frentista. Também serão disponibilizados profissionais para realizar orientações aos clientes do autosserviço neste início de adaptação.
Por motivos de segurança, o objetivo da empresa é que as bombas tenham mangueiras menores e válvulas duplas de segurança, evitando assim que haja despejo de combustível ou incidentes.
Lei proíbe abastecimento sem frentista
A liminar autorizando o grupo a prestar o serviço foi proferida pela Justiça Federal em 29 de abril e divulgada no dia 2 de maio. O atendimento em postos de combustíveis sem frentista é proibido no Brasil desde 2000.
Porém, o juiz Joseano Maciel Cordeiro, da 1ª Vara Federal de Jaraguá do Sul – onde o processo correu – apontou que essa legislação fere outras leis brasileiras, como a da Liberdade Econômica e da Inovação Tecnológica.
No processo, o grupo Mime apontou que um dos principais motivos para o pedido era a dificuldade para conseguir funcionários para realizar o serviço. Como ainda é uma liminar, a decisão cabe recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Mudanças na legislação
A busca da inserção do autosserviço nos postos de combustíveis de Santa Catarina não é algo novo. Os Sindicatos do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina e do Paraná (Sindipetro) já discutem o tema há bastante tempo e procuram um modelo ideal. Aliás, assim como citado no processo, o maior motivo para a movimentação é a falta de mão de obra na região.
Segundo Gabriel Wulff, a conquista na Justiça não foi solitária, mas faz parte de uma série de alternativas que as redes do Sul do Brasil estão buscando.
“É um movimento em Santa Catarina e no Paraná. Nós estamos em três frentes, administrativa, parlamentar e judicial. Na Justiça, nosso grupo acabou entrando, mas os sindicatos estão presentes e discutindo em todas elas. É algo para todos”, afirmou o diretor de varejo da empresa.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio César Zimmermann, também comentou o assunto. Ele relatou um encontro com parlamentares brasileiros e uma negativa no plano de alteração na lei neste momento.
“Nós estivemos com os deputados recentemente e colocamos essa discussão. Eles nos disseram que neste momento não é ideal para mudar a legislação, porque o país está com muitos desempregos e não teria como passar”, afirmou Júlio.
“Aqui temos muita dificuldade de encontrar quem quer trabalhar de frentista, porque precisa vir à noite, domingos e feriados. Vivemos uma realidade diferente de Sudeste, Norte e Nordeste na questão do desemprego”, complementa o presidente do Sinpeb, Júlio Cesar Zimmermann.
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