Blumenau vive uma sexta-feira com cara de feriado devido à greve dos caminhoneiros

Com ruas vazias, comércio e restaurantes seguiram queda no movimento

Colaborou Sávio James Pereira

Sexta-feira com cara de domingo. Foi assim que alguns comerciantes avaliaram o movimento no Centro de Blumenau na manhã desta sexta, 25. Com poucos carros nas ruas e ônibus paralisados em boa parte do dia, menos pessoas circulam pela área comercial da cidade. Por outro lado, vê-se mais bicicletas que o habitual.

Na rodoviária de Blumenau, praticamente não havia movimento de passageiros pela manhã. Em terminais de ônibus urbanos, poucas pessoas aguardavam coletivos.

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) orientou que cada associado analise a situação e faça alterações nos horários de atendimento, se necessário. Em nota divulgada na página da instituição no Facebook, a CDL pediu a “compreensão dos consumidores, caso encontrem algum estabelecimento fechado mais cedo. A orientação é que liguem para as lojas ou empresas antes de ir até o local para verificar se eles estarão abertos”.

A gerente da loja Moça Biju, Joana Moreira, pretende fechar o estabelecimento mais cedo neste sábado, 25, já que não haverá transporte coletivo a partir das 13h30.

“Hoje mesmo está ruim o movimento, bem ruim. Eu já abri num domingo e nunca foi tão ruim assim”, avaliou.

O estabelecimento onde Joana trabalha, assim como muitos outros, não tem recebido mercadorias por causa dos bloqueios nas rodovias causados pela greve dos caminhoneiros. Os vendedores da loja Magazine Luiza estão alertando os consumidores sobre a chegada dos produtos. Com a greve, impossível prometer para o prazo normal, de cinco dias.

“O frio, a greve e por ser final de mês acaba diminuindo o número de clientes. Ontem [quinta] já percebemos uma pequena queda”, analisou o vendedor David Garcia.

Passos apressados, pastas nas mãos e uniformes evidenciavam que os que caminhavam pela rua XV estavam ali pelos compromissos rotineiros, não por passeio. Felipe Jordão, de 25 anos, com alguns papéis embaixo do braço, contou que vem toda semana procurar emprego nas agências. Ele se surpreendeu com a falta de passantes:

“Normalmente chega a ser impossível de andar tranquilamente nesse horário nessa calçada”, disse, apontando para o trecho próximo à prefeitura.

Restaurantes

Os restaurantes também têm sentido a queda na procura. De acordo com o dono do bar e restaurante Tunga, Silvio Mário Nuhs, na quinta-feira, 24, o faturamento durante o almoço foi cerca de 30% menor. Para esta sexta, ele está pessimista:

“Acredito que vai diminuir ainda mais. Nós estamos preparando comidas mais rápidas, como bife frito, para poder ir fazendo conforme a demanda e não desperdiçar alimento. Na segunda não sei como vai ficar”, lamentou.

Os sócios do restaurante El Dorado, na Beira-Rio, também não sabem se haverá atendimento na segunda-feira, 28. Tudo dependerá do que sobrar no estoque depois do almoço desta sexta.

“Amanhã [sábado] nós não vamos abrir por causa do horário do transporte coletivo e também em apoio aos caminhoneiros”, explicou Thiago Goedert, um dos donos.

Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e Região (Sihorbs), a maioria dos restaurantes faz compras semanalmente e possui reservas de produtos. Por isso, os maiores reflexos serão sentidos a partir da próxima semana, garantiu a representante do sindicato, Juçara Dickmann Metzker.

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