Blumenauenses aderem a patinetes elétricos para fugir do trânsito

Meio de transporte é opção sustentável, ágil e que não demanda exercício físico

A cada dia que passa fica mais comum flagrar alguém circulando por Blumenau em patinetes elétricos. O transporte, que é uma espécie de evolução das bicicletas elétricas, já virou febre principalmente em cidades litorâneas.

Balneário Camboriú, inclusive, já estabeleceu novas regras para o uso de patinetes, bicicletas elétricas e ciclomotores na cidade. No litoral, é comum encontrar veículos elétricos para aluguel, o que atrai muitos turistas e usuários que não estão familiarizados com o transporte.

A nível estadual, um projeto de lei tramita desde o início do ano para regulamentar o uso dos equipamentos compartilhados disponibilizados por empresas em Santa Catarina. A proposta do deputado estadual Luiz Fernando Vampiro (MDB) traz normas parecidas com as definidas em Balneário Camboriú, incluindo um seguro obrigatório e assistência 24 horas.

Entretanto, a população já está investindo em veículos próprios, para uso no dia a dia. Em Blumenau, o principal motivo vem sendo fugir do trânsito intenso da cidade. Especialmente durante o deslocamento entre a casa e o trabalho. O trajeto muitas vezes é distante demais para uma caminhada, porém tirar o carro da garagem e enfrentar as filas faz com que a viagem demore mais do que o necessário.

“Muita gente vem falar comigo procurando uma forma de fugir do trânsito e economizar combustível. Principalmente no verão, porque, diferente da bicicleta, você não passa tanto calor, já que não está praticando exercícios”, conta Bruno Alberto, dono da Eletric & Bike, que vende patinetes elétricos em Blumenau há cerca de cinco anos.

Ele relata que muitos clientes conseguem economizar tempo (e dinheiro) com o patinete elétrico. Por não dependerem mais do ônibus ou precisar enfrentar a fila de carros, eles podem dormir até mais tarde e ir para o trabalho com tranquilidade.

A Eletric & Bike hoje atende apenas pela internet, mas Alberto afirma que já vendeu mais de cem patinetes elétricos – além de bicicletas elétricas. O patinete ainda possui algumas limitações em comparação à bicicleta, como a dificuldade de subir morros mais íngremes, o peso (que pode chegar a 40 quilos) e a possibilidade de apenas uma pessoa no veículo. E, assim como uma bicicleta elétrica, não pode ser exposto a chuvas fortes.

Alice Kienen

Guilheme Fogaça Silva comprou um patinete elétrico há cerca de seis meses. O designer tem 27 anos e passou a economizar 15 minutos no trajeto para o trabalho por não depender mais de ônibus. Ele mora na região da rua dos Caçadores, no bairro Velha, e todos os dias percorre os seis quilômetros até o Centro de Blumenau no patinete.

“Ele superou muito minhas expectativas. Achei que seria um pouco travado para andar, mas a mobilidade é muito boa e a segurança é maior do que parece”, comemora.

De acordo com ele, os pontos negativos são os mesmos das bicicletas, como o risco ao trafegar nas ruas de Blumenau, falta de ciclofaixas e a dificuldade de conseguir lugares adequados para deixar o patinete.

“Apesar de ele ser pesado e precisar da chave para ligar, acabei comprando um cadeado para conseguir confiar em deixar ele na rua. Mas tem que ser muito forte para conseguir carregar ele embora”, comenta Guilherme.

Antes de dormir, depois de percorrer cerca de 12 quilômetros, Guilherme coloca o patinete para carregar. Da mesma forma que faz com o celular todos os dias.

“No começo fiquei preocupado pensando que iria influenciar muito a conta de energia, mas mesmo carregando todos os dias não chegou a aumentar nem R$ 10 por mês”, relata.

Praticidade e sustentabilidade

Percebendo a falta de um contato mais próximo com os clientes e da possibilidade de um test drive com os veículos, Robson Lara resolveu lançar a Öko Mobilidade Sustentável, uma loja especializada em patinetes elétricos em Blumenau.

Ele e o sócio Paulo Sato escolheram o nome pensando no fator ecológico, um dos pilares da empresa. Afinal, “öko” é o mesmo que “eco” em alemão. Veículos elétricos reduzem a emissão de carbono na atmosfera e contribuem para um transporte mais sustentável, afinal, não emitem nenhum poluente.

A carga da bateria dura entre 25 e 45 quilômetros de distância, dependendo do tipo do patinete, peso da pessoa, trajeto (afinal, Blumenau tem muitas subidas) e velocidade – alguns atingem até 45 km/h. Ainda assim, são extremamente silenciosos.

Para carregar o veículo, é só plugar ele na tomada. A bateria é parecida com a de um notebook, mas a carga completa pode levar até oito horas. O visor eletrônico avisa quando a carga estiver chegando ao fim e precisar de uma recarga.

Entretanto, Robson alerta: “não é como um celular que você pode plugar por dez minutos e carregar um pouco, ele precisa de pelo menos quatro horas na tomada”. Porém, a vida útil da bateria tem duração entre cinco e oito anos.

O que saber na hora de comprar

Na hora de escolher um patinete elétrico, é preciso levar em consideração especialmente para que fim o veículo será usado. É para passeio ou para se deslocar para o trabalho? A partir daí, é possível analisar o relevo do trajeto, que pode pedir por um patinete com pneus mais largos ou mais potência.

As regras para transitar nas ruas são, atualmente, as mesmas das bicicletas: evitar trafegar na contra mão, preferência pelo uso da ciclofaixa, cuidado com os pedestres e respeito aos motoristas. O uso de capacete e iluminação de segurança também é indicado.

Alice Kienen

Os preços variam entre R$ 2,3 mil por um patinete mais simples e leve, usado principalmente para passeio, e até R$ 12 para scooters que se assemelham a motos Harley Davidson no design – e na usabilidade. Alguns são até mesmo dobráveis e podem ser carregados no porta malas do carro.

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