Blumenauenses escalam montanha de seis mil metros de altitude na Bolívia

Huayna Potosí pertence a Cordilheira dos Andes

Quatro amigos montanhistas de Blumenau chegaram, na manhã do dia 21 de junho ao cume da Huayna Potosí, montanha que possui mais de seis mil metros de altitude na Bolívia. A jornada iniciou no dia 8 de junho.

O grupo é formado por Anderson Bublitz (que deu a ideia pela primeira vez), Fernando Sutil, Maicon Hermann e Marco Antonio Oliveira. Ambos pertencem ao grupo “Jornada ao Potosí”, onde compartilham as aventuras em uma conta no Instagram.

“A ideia surgiu há quatro anos atrás quando decidimos fazer um monte alto, nevado, talvez uma cordilheira. A cada mês, depositamos um valor para custear a viagem. Daí corremos atrás dos guias para estudar as montanhas e decidimos pela Huayna”, diz Anderson.

Arquivo pessoal

Huayna Potosí é um pico na Cordilheira dos Andes, na Bolívia, a 25 quilômetros de La Paz, capital do país. Ele conecta a linha Cordillera Real com os maciços Mamacora Taquesi e Condoriri através de uma série de picos menores, mas íngremes.

Arquivo pessoal

Preparo

O guia da montanha foi decidido após dois integrantes participarem de um evento na Fazenda Ventania, em Rio dos Cedros. Lá, conheceram o guia Reginaldo, um dos catarinenses mais experientes em montanhismo.

“Fechamos um pacote com ele e, a partir daí, começamos a treinar junto com ele. Com isso criamos um laço de amizade mais forte entre todos, o que fortaleceu nosso objetivo. A ideia inicial era para junho do ano passado, porém, Bolívia estava fechada por causa da quarentena vivida pela Covid-19”, disseram os amigos.

Arquivo pessoal

Os equipamentos especiais para realizar a tarefa começaram a ser comprados há dois anos pelo grupo. Como são de alto custo, os integrantes sempre observaram descontos em lojas do nicho, além de comprar com antecedência, ou seja, sem pressa.

Saída do Brasil

O grupo saiu da cidade de Blumenau em uma Toyota Hilux (totalmente preparada) por volta das 5h do dia 8 de junho. Em solo brasileiro, dizem ter tido uma viagem tranquila, porém, citam desafios ao adentrar na Argentina.

“A moeda deles está bem desvalorizada, o que nos ajudou no preço de combustível, porém, a falta dele nos dificultou. Enfrentamos horas de filas em postos para comprar diesel, que estava difícil de achar. Outra coisa que nos chamou a atenção, é que em certos lugares o valor do combustível dobrava e até triplicava (no caso da Bolívia) para estrangeiros, não entendemos o motivo”, contam os viajantes.

Além do combustível, os quatro amigos contam que no Norte da Argentina, estão sendo enfrentados problemas no quesito de alimentação. Não há muitas opções e onde há, não são de boa qualidade.

Chegada

Nos dois primeiros dias de viagem os viajantes só enfrentaram paisagens retas e massantes, o que não fazia da viagem atraente. Porém, a partir do terceiro dia, as coisas começaram a ficar mais interessantes.

“Quando chegamos na Cordilheira dos Andes tudo valeu a pena. Tudo se supera e a beleza domina tudo. Neste dia subimos de carro a cordilheira e saímos do nível do mar para 3.500 metros acima do mar. Ali já começamos a sentir os efeitos da altitude”, relembram.

Durante a viagem, os amigos percorriam de 900 a 1000 quilômetros por dia e demoraram cinco dias para chegar na Bolívia. Como não sabiam o ponto exato que descansariam, não reservaram hotel.

“Paramos em Salar de Uyuni, que é o maior deserto de sal do mundo e também subimos um vulcão de 4.800 metros de altura”.

Cume

Após muitos desafios em quesitos de adaptação, alimentação, físico e mental, os quatro chegaram por volta das 7h, da sexta-feira, 21, após 13 dias de viagem, ao cume da Huayna Potosí. Em postagem no Instagram, os amigos deixaram claro a emoção da conquista.

“Durante esses dias fizemos várias subidas em morros de diversos tamanhos, assim nos acostumamos com o clima e a respiração, visto que se trata de uma altitude”, disseram.

Ao chegarem, os amigos ficaram tão eufóricos que nem se importaram com o frio. Levantaram a bandeira do Brasil e ficaram por quase meia hora festejando no local, muito diferente dos costumes de alpinistas de outros países.

“A emoção bateu forte no peito hoje. É cume gurizada! Huayna Potosí, 6.088 metros. Linda montanha da Cordilheira dos Andes. Foi uma grande superação para todos. Teve temperatura negativa, ar rarefeito e muito desgaste físico. No final tudo vale a pena e sabemos que não é o fim de uma jornada, mas o início de várias outras”, concluíram.

A descida durou cerca de seis horas e após concluírem, foram até o hostel onde estavam hospedados e fizeram, juntos do guia, um churrasco em comemoração. A viagem no total custou R$ 35 mil e o valor foi dividido entre os participantes.

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