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Blumenauenses relatam dificuldade para se encaixar nas exigências das vagas de emprego; Sine explica situação atual

Maiores reclamações são sobre o nível escolar exigido

De acordo com Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Blumenau, atualmente, existem vagas de emprego que se dividem em 95 funções diferentes. Porém, muitas delas não são preenchidas por dificuldades que partem de dois lados: empregador e empregado.

Além de exigências que saem um pouco do padrão por parte das empresas, os salários são considerados baixos por parte dos candidatos. Em contrapartida, a capacidade intelectual dos candidatos, às vezes, também é considerada baixa por parte de alguns empregadores.

Uma moradora de Blumenau, que não quis se identificar, trabalha há 17 anos como doméstica. Segundo ela, boa parte das exigências foge do padrão.

“Sempre me desloquei de transporte público e fui ver uma vaga que me exigia CNH, além do ensino médio completo que não tenho. Quando fui ver o salário, me deparei com o valor de R$ 1,3 mil. Sinceramente, hoje em dia, fica impossível”, diz a moradora.

De acordo com outro morador, a maior dificuldade é terminar os estudos. “Trabalhando todos os dias e tendo uma família para cuidar, não é fácil encontrar tempo para estudar. Já cheguei a ver vagas de auxiliar de limpeza que solicitaram ensino médio completo”, diz.

Exigências

Segundo a psicóloga do Sine Blumenau, Eliza Bissoli Nicolau, as exigências escolares das empresas, geralmente ensino médio completo, são determinadas pela matriz da empresa, não podendo ser alterada pela filial, o que aumenta a dificuldade de encaixe.

“Além disso, as empresas têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados e que permaneçam nos empregos. Muitos que saem são empregados daqui, mas duram pouco. São aprovados, mas acabam não gostando da função ou ritmo exigido. Outros aparecem aqui se preocupando com o salário primeiro, antes de qualquer informação básica sobre as vagas”, diz a psicóloga.

Eliza conta também, que muitas vezes são requisitadas algumas competências do trabalhador, pois, em algum momento, ele pode ter que utilizá-las. 

“Alguns empregos pedem carteira de habilitação. Por mais que pareça que não seja necessário para algumas funções, em algum momento essa pessoa pode ter que dirigir um veículo, seja próprio ou da empresa”, explica.

Competências

Questionada sobre a conduta das empresas, a psicóloga diz que, caso elas tenham dificuldades de encontrar o profissional que procuram, são feitas sugestões para diminuir a lista de competências exigidas.

“Em alguns casos, é claro que conversamos com a empresa para tentar sensibilizar e alterar alguns requisitos. Tentamos ajudar os dois lados, o da empresa e o do trabalhador”, diz a psicóloga.

Vale lembrar que, no Sine de Blumenau, também são realizadas orientações para que os candidatos tenham mais chances de conquistar um emprego.

“Orientamos até como se comportar em uma entrevista de emprego, além de ensinarmos a formatar currículo corretamente”, Eliza.

Com relação a capacitação de ensino, o Sine recomenda que a pessoa procure uma instituição para poder terminar os estudos. Segundo o sindicato, é muito comum que pessoas tenham experiências nas funções, mas não apresentam escolaridade mínima exigida para as vagas.

“Legal também é fazer uma orientação profissional para você poder se capacitar naquilo que busca. Temos vários cursos gratuitos online e presenciais disponíveis para que as pessoas possam melhorar seu currículo”, complementa Eliza.

Estudos

Para adultos que estão procurando terminar os estudos, a Secretaria Municipal de Educação (Semed), tem a modalidade de Educação de Jovens Adultos (EJA).

O Sine também recomenda o programa “Qualifica SC”, que fornece cursos de capacitação gratuitos no modo presencial e online.

“No momento temos mais empregos do que pessoas qualificadas e, geralmente, é o trabalhador que exige um pouco mais. É importante ter essa reflexão sobre a economia atual do país e o mais importante, quem puder, que procure terminar os estudos. Estamos sempre disponíveis para ajudar quem precisar”, conclui a psicóloga.


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