Blumob não comparece em reunião para discutir transporte coletivo; sindicato deve realizar novas paralisações
Câmara de Vereadores de Blumenau convocou envolvidos na manhã desta terça-feira
Mais de um mês após o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindetranscol) anunciar estado de greve, a Câmara de Vereadores de Blumenau marcou uma reunião extraordinária para manhã desta terça-feira, 10. A intenção é tentar resolver o impasse entre o sindicato e a empresa para qual eles prestam serviços.
No local, se reuniram Sindetranscol, o Secretário Municipal de Trânsito e Transportes, Eder Boron, e a Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí. Entretanto, nenhum representante da Piracicabana/Blumob compareceu.
O motivo da decisão de não participar da reunião não foi divulgado pela empresa. Uma nota chegou a ser enviada para a Câmara de Vereadores, mas o conteúdo dela não foi lido durante a sessão. De acordo com o sindicato, seria porque o caso já está judicializado, portanto eles estariam aguardando uma solução legal.
“Isso só demonstra que o que a empresa está fazendo é dizer que não tem nada a ver com isso e esperando que o Estado resolva, mas sabemos que isso não vai acontecer”, afirmou o assessor do Sindetranscol, Ricardo Freitas, em uma coletiva para a imprensa nesta tarde.
Para ele, o não comparecimento da empresa foi uma grande surpresa. Freitas defende que o “convite” não seria optativo. “É um desrespeito não apenas com a gente, mas também com a casa legislativa e com vocês, que esperavam que tudo se resolvesse”, comentou.
Posição do sindicato
Além deste fato, a reunião já iniciou com uma dificuldade em decidir quem teria o direito de fala primeiro. “Nos chamaram para uma sala fechada, mas como fazer uma reunião de portas fechadas na Câmara de Vereadores? Nossa posição foi clara, ou acontece no plenário com ampla presença do público, ou não participamos”, disse Freitas.
Ele tratou o caso como uma “desorganização e falta de compreensão entre os vereadores”. Defendeu que não era a favor de falar primeiro, pois daria oportunidade para que todas as críticas fossem direcionadas a eles nos próximos momentos. “A gente fala antes e depois fica apanhando, como sempre”.
Para o sindicato, esta foi uma prova de que a Prefeitura de Blumenau protege a Piracicabana/Blumob. Ele responsabilizou a empresa e o prefeito Mário Hildebrandt pela demora em resolver a campanha salarial.
“Lamento que em um ano eleitoral discutimos uma situação que já deveria estar resolvida em novembro de 2019. Nossa pauta de reivindicações foi entregue em 28 de agosto. Foi um desrespeito ouvir os vereadores perguntando o que queríamos”, declarou.
Novas paralisações
Ao ser questionado sobre a possibilidade de novas paralisações, o sindicato afirmou que ainda nesta terça-feira deve realizar uma reunião com a categoria para planejar a próxima parada. “Nosso objetivo não é fazer greve e prejudicar o povo, mas sim enfrentar a empresa”, falou Freitas.
Ele também reiterou que os locais em que as paralisações ocorrerão não serão divulgados para não colocar a estratégia em risco. “Se eu der o número da linha, vai ter polícia e pressão sob os trabalhadores. Nós precisamos das nossas táticas e estratégias para sobreviver ao confronto”, concluiu.