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“Bolsonaro e presidente da OAB precisam colocar seus cargos a serviço do país”

Colunista critica posições das duas partes que se envolveram em polêmica na última semana

As pessoas, os cargos e as instituições

Esta semana o presidente da República e o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protagonizaram embates pessoais que pouco contribuíram para o amadurecimento do nosso processo civilizatório.

Cariocas, ao que se sabe estas duas personalidades já vinha alimentando diferenças de algum tempo.

O primeiro, ainda recém-empossado no cargo máximo da representação política, parece ainda não ter bem percebido o alcance e as consequências de seus pronunciamentos. Presidir um país é representar toda a sua nação, sem exceção.

Não convém ao presidente da República travar disputa pessoal com nenhum cidadão brasileiro em particular. Deve se manter distante e acima de qualquer espécie de vindita. Quando muito caberá ao seu partido militar em favor dos ideais programáticos que os congrega.

Já o segundo, ungido sem eleição direta ao posto de representante do órgão federal da classe dos advogados, melhor faria se voltasse suas atenções nesse início de gestão à melhoria da qualidade do sistema representativo da sua própria classe. Algo pelo qual há muito clama parcela significativa da advocacia brasileira.

Assim seria melhor compreendido e acompanhado por seus pares, já que até então tem preferido defender ideologias e interesses que mais se parecem, apenas, com seus próprios e particulares.

Colocar os cargos que titularizam e as instituições que governam a serviço do país é o que de melhor podem fazer Suas Excelências. Estreantes no exercício da Presidência, a esperança é que a crítica, a experiência, o tempo e o aconselhamento lhes confiram o foco e o discernimento necessários para tanto.

Ao fim e ao cabo, cada qual no seu âmbito, ambos têm a mesma missão de trabalhar, sempre, pelo bem comum e pelo fortalecimento do estado democrático de direito previsto na Constituição Cidadã.