Brasil estreia no Grand Prix de Futsal nesta terça-feira em Brusque
A competição termina no domingo
O Grand Prix Internacional de Futsal volta a ser disputado no município em que a competição estreou, há 13 anos. Na tarde desta terça-feira, 30, a mesma Arena Brusque que recebeu o evento em 2005 será o palco da 11ª edição.
O jogo de estreia será entre República Tcheca e Bélgica, às 17h. Já às 19h15 é a vez de uma das partidas que devem tirar o fôlego do público: Brasil e Uruguai. As duas únicas seleções sul-americanas do páreo medem forças, sendo que os brasileiros buscam o 10º título do Grand Prix e os uruguaios querem figurar no pódio pela primeira vez.
Se em 2005 a edição de estreia do Grand Prix contou apenas com equipes sul-americanas, no retorno do evento a Brusque a diversidade é maior. Também buscam lugar ao sol duas seleções europeias, República Tcheca e Bélgica, bem como a solitária representante da América Central, Costa Rica – o time folga na primeira rodada, mas joga contra os brasileiros na quarta-feira, 31. Todas tentando desbancar a hegemonia e o favoritismo do Brasil, que deve ter a massiva torcida na Arena.
O Grand Prix terá cinco rodadas antes da decisão, com jogos todos os dias, finalizando a primeira fase no sábado, 3. As seleções que terminarem nas duas primeiras posições fazem a grande final no domingo, 4, às 10h. Todas as partidas do Brasil na competição, bem como a grande final, terão transmissão nacional da SporTV.
Promessa de bons jogos
O Campeonato Europeu de Futsal, que é realizado no mesmo período do Grand Prix, afastou a vinda das seleções mais tradicionais do Velho Continente. As equipes que entram em quadra para desafiar o esquadro verde e amarelo jamais subiram no pódio do torneio.
Contudo, isso não significa que Brusque não receberá partidas disputadas durante a semana. É isso que espera a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), responsável, junto com a comissão técnica da seleção, pela escolha do plantel que representará o país local.
A importância desta competição é tanta na visão da CBFS que, segundo explica o superintendente-geral da seleção, Paulo Ladeia, o roteiro da equipe pelo município não deixa brechas: do hotel em que estão hospedados para a Arena, e da quadra para o hotel. “Estamos totalmente focados na busca por esse título. Apostamos em atletas que atuam no país e reforços que jogam na Europa, para constituir uma potência em quadra”.
Atitude diferente dos demais elencos, que optaram por passear e aproveitar a viagem até o Brasil. Os atletas e a comissão técnica da República Tcheca, por exemplo, visitaram o Parque Zoobotânico de Brusque na manhã desta segunda-feira, 29.
O Grand Prix é um evento realizado anualmente e promovido pela CBFS, que convida as seleções e também seleciona a sede da competição.
A competição também é importante para que o futsal brasileiro volte a ser a maior referência de todas. A última Copa do Mundo da modalidade, em 2016, não traz boas lembranças: o Brasil foi eliminado pelo Irã nas oitavas de final, e viu a Argentina sagrar-se campeã. Portanto, o torneio será bem observado pela comissão técnica que já planeja o retorno da Copa em 2020.
Brasil: o franco favorito
Todas as atenções se voltam, naturalmente, para a seleção brasileira, que mais uma vez entra na competição como a franca favorita. Esse status é construído não apenas pela soberania do Brasil no Grand Prix – foram 10 títulos em 11 edições, apenas a Espanha interrompeu a hegemonia em 2010 -, mas pelo bom plantel formado pelo técnico Marquinhos Xavier, que não quer viver somente de história.
Veteranos de qualidade como Falcão, de 40 anos, que busca chegar aos 400 gols com a camisa da seleção ainda nesta edição do Grand Prix, se unem a jogadores jovens que atuam fora do país, como Gadeia, que joga na Espanha, e Ferrão, atualmente atleta do Barcelona. O que chama a atenção também é a presença de atletas que disputaram a Liga Nacional de Futsal, como Jackson Samurai, campeão da temporada 2017 com o Joinville.
O Brasil realizou treinos na Arena na segunda-feira, 29, tanto de manhã quanto no fim da tarde. Antes disso, jogou dois amistosos com o Paraguai, que causaram boa impressão: 8 a 2, em Itapiranga, e 8 a 3, em Fraiburgo.
Jogador destaque: Falcão
Aos 40 anos, Falcão segue como a estrela do Brasil no futsal. O veterano tem talento e tentará, chegar aos 400 gols com a amarelinha.
Uruguai: pedra no sapato
Primeiro compromisso da seleção brasileira no Grand Prix, o Uruguai aceitou o convite de participar da competição após a desistência de Colômbia e Moçambique. Apesar de apresentar um futsal mais defensivo, as características de muitos de seus atletas se assemelham as dos brasileiros, com dribles e jogadas de efeito.
Por ser sul-americana, a seleção tem a responsabilidade de, pelo menos, fazer pódio na competição. O mais perto que chegou disso foi justamente no município, em 2005, quando ficou em 4º lugar. Em 2015, última edição registrada do Grand Prix, a seleção uruguaia ficou em 5º.
Jogador destaque: Xande
Brasileiro filho de uruguaio, Xande já demonstrou em apresentações pela equipe celeste que tem a garra sul-americana misturada à qualidade brasileira.
Costa Rica: força da América Central
Representante única da América Central, a Costa Rica vem com a responsabilidade de fazer valer o título da Concacaf, competição continental, em 2016. A seleção tentará quebrar as barreiras de suas conquistas, já que, embora seja potência em seu continente, ainda não conseguiu se firmar no cenário internacional da modalidade.
A Costa Rica teve quatro participações no Grand Prix. Sua melhor posição foi um quinto lugar, em 2014, mostrando evolução, já que nas edições anteriores a seleção ficou entre 10º e 15º. A última edição a qual o time participou foi em 2014.
Jogador destaque: Edwin Cubillo
Edwin Cubillo ganhou o prêmio de destaque da última edição da Concacaf de futsal e deve ser o atleta de mais qualidade entre os costa-riquenhos.
República Tcheca: força na defesa
O futsal da República Tcheca é reconhecido pela característica defensiva, apostando nos contra-ataques. Deve complicar a vida dos adversários com jogo de paciência, tentando chamar e expor a defesa rival e assim buscar triunfos, aproveitando os erros dos outros.
A República Tcheca teve cinco participações no Grand Prix, e sua melhor colocação foi em 2009, com uma quarta posição. O elenco retorna para a disputa da competição depois de sete anos, sendo que não participou das edições de 2013, 2014 e 2015.
Jogador destaque: Libor Gerčák
Goleiro da República Tcheca, Libor Gerčák é considerado um lider dentro de quadra e, se o futebol será defensivo, ele será o atleta mais acionado.
Bélgica: a interrogação
Das seleções presentes, a Bélgica é a maior interrogação. Pouco tradicional na modalidade, a equipe tem dificuldades até mesmo em classificar para o Campeonato Europeu da modalidade e, quando classificou, nunca passou da primeira fase. Na Copa do Mundo, não classifica desde 1996.
Os belgas participaram do Grand Prix em duas ocasiões. Em 2007, surpreenderam ao ficar na quinta posição, caindo somente para a Argentina nas quartas de final. Mas em 2011 encerraram a competição na 13ª colocação, acima de apenas três outras seleções.
Jogador destaque: Omar Rahou
Esperança belga, Omar Rahou já foi considerado promessa europeia. Atualmente com 25 anos, mais maduro, tentará direcionar a equipe para a vitória.
Ingressos
Os ingressos para a competição ainda estão disponíveis. Os valores são R$ 15 reais por rodada – assiste a dois jogos -, R$ 20 a final ou R$ 50 o passaporte para todos os jogos, incluindo a final. As vendas são realizadas tanto pela internet por meio do Portal Ticket (www.portalticket.com.br) quanto em quatro pontos físicos.