“Breque Nacional”: motoboys de Blumenau aderem à “maior greve da história” contra aplicativos de entrega
Entregadores cobram reajuste nos valores das corridas e melhores condições de trabalho
Nos dias 31 de março e 1º de abril, diversos entregadores de aplicativos como iFood, 99, Uber e Rappi irão realizar uma paralisação no Brasil, batizada de “Breque Nacional dos Apps”. A mobilização também acontece em Blumenau e é organizada pela Associação União Maior Motoboys, presidida por Rodrigo Felipe dos Santos.
O movimento, segundo Rodrigo, busca chamar a atenção para uma série de reivindicações, principalmente em relação aos valores pagos por corrida e às condições de trabalho oferecidas pelas plataformas. “Estamos cansados dos abusos e do autoritarismo dos aplicativos. Não temos uma remuneração justa nem suporte básico para trabalhar”, afirmou.
As principais pautas da paralisação são:
- Definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida;
- Aumento do valor por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50;
- Limitação da atuação de bicicletas a um raio máximo de 3 km;
- Garantia de pagamento integral por cada pedido, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.
“O iFood não reajusta a taxa mínima desde 2021, quando subiu para R$ 6,50. A quilometragem está congelada em R$ 1,50. Estamos pedindo uma atualização justa”, destacou Rodrigo.
Além dessas reivindicações, Rodrigo mencionou problemas antigos enfrentados pela categoria, como a falta de pontos de apoio adequados para descanso, refeições e carregamento de celulares. “Queremos um lugar simples, com água gelada, um refeitório, Wi-Fi. Coisas mínimas que não existem na nossa realidade”, explicou.
Ele também mencionou as dificuldades enfrentadas pelos ciclistas, que muitas vezes recebem corridas muito distantes, além das entregas agrupadas, que pagam um valor inferior ao que seria justo se fossem feitas separadamente. “Eles agrupam três entregas que, se fossem individuais, dariam R$ 30, mas pagam só R$ 15”, explicou.
Breque Nacional
O “Breque Nacional” é um movimento que surgiu da união de lideranças de entregadores em todo o Brasil. A paralisação tem como objetivo pressionar as empresas de aplicativos a dialogar e atender às demandas da categoria.
A organização local reforça o convite para que todos os entregadores de Blumenau e região participem da paralisação nos dois dias programados. “Estamos lutando pelo nosso sustento e pela valorização do nosso trabalho. Não dá mais para aceitar essas condições”, finalizou Rodrigo.
Conforme a Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea), a paralisação já conta com a adesão de 20 estados. Segundo os organizadores, esta será a “maior greve da história” contra os aplicativos.
Ver essa foto no Instagram
Além da paralisação, os trabalhadores também planejam denunciar práticas que consideram antissindicais, como o oferecimento de incentivos financeiros por parte de algumas empresas com o objetivo de desmotivar a participação dos entregadores no protesto.
Segundo uma pesquisa feita pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), cerca de 2,2 milhões de brasileiros trabalham como motoristas ou entregadores de aplicativo.
Leia também:
1. EXCLUSIVO – Saiba quais são as empresas investigadas em operação contra corrupção no Samae de Pomerode; confira posicionamento da defesa
2. Homem que se passava por policial para aplicar golpes em Blumenau e outras cidades de SC é preso
3. “Sempre acreditei na Justiça”, diz prefeito de Indaial após TRE-SC derrubar cassação da chapa
4. Prefeitura de Blumenau realiza segunda internação involuntária do ano na manhã desta quinta-feira
5. Blumenau recebe nova ambulância do Samu para substituir antiga
Veja agora mesmo!
Casarões da família Zimdars mantêm viva história da pacata Itoupava Rega, em Blumenau: