Brincalhona, estudiosa e com personalidade forte: quem era a menina que morreu atropelada em Brusque
Milena Ketlin Ristow é lembrada como uma criança amorosa e cheia de amigos
Uma criança ativa, que gostava de brincar, de personalidade forte e cheia de sonhos. Essa era Milena Ketlin Ristow, que morreu aos 9 anos após ser atropelada na noite do último sábado, 17, em Brusque. De acordo com a mãe da menina, a costureira Alvaci de Abreu, 39 anos, ela era amorosa e adorava fazer amigos.
“Ela não parava, fazia amizades e gostava de conversar com todo mundo. Não tem uma filha igual a ela, ela era tudo. Para mim, ela não tinha nenhum defeito. Era amorosa e às vezes era braba”, recorda a mãe.
O pai de Milena, eletromecânico Gabriel Renato Ristow, 31, ressalta que a menina era muito alegre, carismática e educada. “Ela era quem comandava a molecada ali da rua, era a cabeça da piazada. Autoritária e exigente, sabia de tudo na rua, conversava com todos”, conta.
Alvaci recorda que a filha era muito próxima da família, principalmente dos irmãos. “Eles brigavam, como todos os irmãos fazem, mas sempre estavam um perto do outro. Quando um estava triste, ela fazia brincadeiras para melhorar o humor. Todos a amavam, a Milena era encantadora”, diz.
Ainda, o pai relembra da personalidade forte da menina. “Ela era muito verdadeira, se tinha algo errado ela falava mesmo, ela corrigia e pegava no pé. Caguetava a criançada quando fazia coisa errada. ‘Bateu, levou’, como ela dizia”, continua.
Vontade de ser maquiadora
Estudante da Escola de Ensino Fundamental Cedro Alto, Milena é lembrada pela família por ter notas boas, ser dedicada e não receber reclamações. Segundo a mãe, a menina gostava muito de educação física e era muito estudiosa.
Em casa, ela gostava de ver vídeos de maquiagem. A mãe ressalta que, apesar de ainda criança, Milena demonstrava interesse em ser maquiadora ou cabeleireira. Nos últimos dias, inclusive, a mãe comprou maquiagens para ela. “Mas agora ela se foi”, diz.
Dor da perda
Milena estava com a mãe quando foi atropelada por um carro conduzido por um homem de 25 anos, que apresentava sinais de embriaguez. Mais tarde, ele confessou também confessou o uso de maconha. O acidente aconteceu por volta das 18h30 de sábado.
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Segundo Alvaci, a família é moradora do bairro e Milena morreu próximo de casa. Agora, a família lida com o vazio e a dor da perda. “Estou acabada, arrasada, arrancaram um pedaço da minha vida. Estou com a perna machucada, com as costas e braços machucados, a alma destroçada, o coração quebrado. Estou em casa, mas olhar para as coisas da minha filha causa dor. Ver ela naquele estado, no acidente, me destruiu. Uma mãe nunca deveria ver o filho daquele jeito, como eu vi a minha filha. A estrela que eu tinha aqui se apagou”, diz.
“Estou tentando ser forte, as coisas não podem parar. Temos outros filhos, temos que apoiá-los. Mas a dor é grande”, finaliza o pai.
De acordo com a Polícia Civil, o motorista foi autuado por homicídio culposo, e, se condenado, poderá ter aumento da pena, pelo agravante de não ter prestado socorro à vítima.