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“Capaz de entender o que faz”: veja tudo que aconteceu durante a tarde no julgamento do assassino da creche Cantinho Bom Pastor

Sessão iniciou às 8h30, teve pausa e retorna às 13h30

O julgamento do assassino da creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, iniciou na manhã desta quinta-feira, 29, com o delegado, defesa, acusação e depoimentos. Ele, que é acusado de matar quatro crianças e ferir outras cinco, foi ouvido durante a manhã. O depoimento continuou às 13h30, após uma pausa na Comarca de Blumenau.

Durante a pausa, as famílias das vítimas se reuniram em frente ao fórum e às 13h30 o júri foi retomado para a fase de debates. Um dos promotores, Rodrigo Andrade Viviani, ressaltou que o acusado será “integralmente responsabilizado pelos atos”. 

Em sua fala, ele voltou a mostrar as armas do crime e disse que o homem premeditou o atentado. “As crianças estavam falando de páscoa, de Jesus, e esse homem foi lá e fez esse ato cruel”, relatou Andrade. O telão também foi utilizado para mostrar o relatório da Polícia Civil e as provas do crime. 

O promotor ainda relembrou que o acusado desistiu de atacar outras três escolas e foi para uma academia pagar a mensalidade. Após isso, ele foi direto para o CEI Cantinho Bom Pastor. Ele também mostrou imagens do acusado indo até o posto de gasolina para comprar cigarro e água, seguindo depois para o batalhão, onde confessou o crime. 

“Três semanas antes, o acusado procurou machadinhas à venda na internet. Também pediu ao amigo, a testemunha de defesa, um vídeo de como manusear a machadinha”, contou o promotor. 

O laudo cadavérico das vítimas também foi mostrado no júri e o laudo pericial das crianças feridas. “Plenamente capaz de entender o que faz”, disse Andrade após relembrar que o exame de sanidade mental deu negativo. 

Veja também: TEMPO REAL: Acompanhe agora o julgamento do assassino da creche Cantinho Bom Pastor

Motivo torpe e meio cruel

Além disso, o promotor Rodrigo Andrade relatou que o código penal agrava a pena quando o assassinato é contra menores de 14 anos. O assassino também é acusado por motivo torpe e meio cruel. “Ele fez isso por causa da repercussão”, completou o promotor. 

A continuidade se deu com o promotor Guilherme Schmitt e disse que, em apenas 20 segundos, o acusado conseguiu atacar 9 crianças. Uma delas, de apenas três anos, também foi pisoteada pelo assassino. 

“Ele não se importa com o sentimento alheio”, o promotor disse. E destacou que o transtorno antissocial o faz entender os atos, mas não se importar com os outros. Ele também avalia que se a machadinha não tivesse ficado presa na segunda vítima, o acusado teria feito mais mortes. 

No fim , os dois advogados de acusação deram continuidade reforçando a tese do MP-SC.

Defensoria pública

Após a parte da acusação, a Defensoria Pública teve uma hora e meia para a sua tese. Um dos advogados relatou que o “ato é imperdoável e que nenhuma pessoa sã faria isso”. 

Ele também ressaltou que o acusado teve a vida e o humor completamente mudados após as drogas, que foram relatadas serem cocaína, ecstasy e LSD. A defesa pediu pelo afastamento da conclusão do laudo de transtorno de personalidade antissocial, que diz que o acusado tem total entendimento dos seus atos. 

Ele continuou dizendo que quer o exame de insanidade mental com mais testes. “O laudo foi feito com uma conversa rápida”, acrescenta. Foi mostrado também o vídeo do ex-padrasto do acusado, dizendo que ele vivia em um “mundo paralelo”.  “Eu também não acredito no chip, mas para ele é a realidade”, destacou o advogado. 

Depoimento de amigo

A Defensoria Pública mostrou o depoimento de um amigo à Polícia Civil. No depoimento, o amigo do assassino relatou que ele tinha uma grande admiração por um policial, porém, após as drogas, a admiração foi embora. “Depois veio a ideia de perseguição de policiais, que teriam colocado o suposto chip”. 

O amigo também relatou “loucuras” do assassino após as drogas. Por exemplo, Maomé teria falado com ele, o padrasto e os policiais estariam o perseguindo e câmeras teriam sido colocadas dentro do próprio quarto. 

Finalizando o tempo de defesa, o advogado disse que todos esses eram sinais de esquizofrenia e pediu pelo afastamento do motivo torpe. Após isso, o júri teve uma pausa e retornou às 16h30.

Colaborou: Yasmim Eble

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