Casa asilar de Blumenau é alvo de inquérito do MP-SC por possíveis irregularidades durante pandemia

Dois idosos morreram e outros seis foram infectados

A Casa de Repouso Eugênia e Rudinei, localizada na rua São Bento, no bairro Ponta Aguda, é alvo de um Inquérito Civil do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), por possíveis irregularidades durante a pandeia de Covid-19. De acordo com a promotora Stephani Gaeta Sanches, responsável pela 15ª Promotoria de Justiça de Blumenau, foram várias as notícias de problemas na unidade que motivaram a ação.

“Isolamento inadequado dos casos positivos de Covid-19, falta de distanciamento entre os idosos abrigados, falta de uso de máscaras, ausência de álcool gel, dentre outras situações que, conjuntamente, teriam contribuído para o alto número de idosos contaminados naquela instituição”, explicou a promotora.

A gerente da casa asilar, Eugênia Almerinda Obens Soares, afirma que foram cumpridas todas as medidas orientadas pela Vigilância Sanitária e que, infelizmente, como uma pessoa infectada esteve no local – sem que eles soubessem – acabou transmitindo para os demais.

“A pessoa que teve não apresentou sintomas. Então a gente não sabia. Infelizmente alguns idosos e funcionários foram contaminados. Mas todos receberam atendimento e acompanhamento médico”, destacou Eugênia.

Na casa eram 13 idosos e seis funcionários, entre gerentes, enfermeiros, faxineira e cozinheira. No total, três funcionários – inclusive Eugênia – e oito idosos contraíram a doença. Dois dos idosos acabaram falecendo no hospital e o restante já se recuperou.

“Eles tinham feito exames e tinha dado negativo, mas aí foram para o hospital por conta de pneumonia e sangramento, e infelizmente acabaram falecendo. Lá tiveram os exames confirmados. Mas sabemos que é porque eram frágeis, já pela idade”, apontou a gerente da casa asilar.

Uma audiência entre MP-SC e os responsáveis pela unidade asilar está marcada para a próxima segunda-feira, 21. De acordo com a promotora, o objetivo é negociar um termo de ajuste de conduta. Porém, caso não aceitem, uma ação civil pública será ingressada, pedindo a adequação das irregularidades “sob pena de multa pessoal aos dirigentes e interdição da instituição”.

Eugênia confirmou à reportagem que irá participar dessa audiência e contou ainda que não sabe de onde podem ter partido as denúncias.

“Sabemos que tem muita gente invejosa e que acha que ganhamos muito dinheiro. Eu trabalho há 13 anos com idosos. Faço isso porque amo. Eu não tinha a doença, eu peguei porque vim pra cá cuidar deles. Nós somos vítimas da doença”, concluiu.


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