Dia de julgamento: saiba como será o juri de Evanio Prestino, do Caso Jaguar
Tribunal do Júri de Evanio Wylyan Prestini acontecerá entre os dias 19 e 20 de junho
Nesta quarta-feira será realizado o julgamento do caso Jaguar, que ficou nacionalmente conhecido. Em 23 de fevereiro de 2019, Evanio Wylyan Prestini, comprovadamente alcoolizado, conduzia o Jaguar e colidiu de frente no carro Pálio, resultando na morte de duas jovens, Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner, e deixou outras três feridas.
O Tribunal do Júri será realizado no Fórum de Gaspar nesta quarta-feira, 19. O julgamento ocorre mais de cinco anos após o acidente. O acusado irá a júri popular e responderá à acusação de homicídio consumado por duas vezes e homicídio tentado por três vezes, além do artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro – conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool.
Devido à quantidade de pessoas que, em tese, irão depor em plenário – réu, três vítimas e testemunhas arroladas pelas partes, além de se tratar de um processo complexo, e pode demandar maior tempo por ocasião da instrução plenária, é possível que a sessão de julgamento tenha duração de dois dias.
A reportagem buscou conversar do promotor do caso, Augusto Zanelato Junior, da 2ª Promotoria de Gaspar, sobre a expectativa para o júri. No entanto, ele informou que está se preparando para o julgamento e que prefere não se pronunciar no momento.
A reportagem também tentou contato com Roberto Brzezinski Neto, um dos advogados de defesa de Evanio, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.
Consta no sistema do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que Prestini é defendido por 10 advogados: Gilmar Krutzsch, Roberto de Oliveira Torres, Antonio Nabor Areias Bulhoes, Igor Marques Pontes, Jose Carlos Nobre Porciuncula Neto, Roberto Brzezinski Neto, Nilton João de Macedo Machado, Guilherme Scharf Neto, José Manoel Soar, Herminia Geraldina Ferreira de Carvalho.
Relembre o caso Jaguar
Em 23 de fevereiro de 2019 cinco jovens voltavam de uma festa no Galera’s Beach Bar, na Praia Brava, em Itajaí, com destino a Blumenau. Elas trafegavam pela rodovia BR-470 quando o carro Jaguar, que era conduzido por Evanio Prestini, colidiu de frente contra o veículo em que estavam as meninas. Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner morreram após o acidente.
Também estavam no veículo Thainara Schwartz, que conduzia o Palio, Thayná Cirico e Maria Eduarda Kraemer. Thainara e Thayná sofreram ferimentos leves e foram liberadas do hospital um dia após o acidente. Já Maria Eduarda precisou ficar internada e passar por algumas cirurgias. Ela recebeu alta após semanas internada.
Um motorista teria flagrado o carro Jaguar fazendo zigue-zague na rodovia na altura de Ascurra. Ele teria feito uma ligação para a PRF denunciando a situação minutos antes do acidente. Uma pessoa que estava no banco do carona filmou a situação e, pelas imagens, é possível ver o carro invadido a pista contrária. Na época, a PRF divulgou uma nota lamentando o ocorrido e ainda informou que a conduta dos agentes seria investigada.
Em 2022, a perícia no local do acidente foi marcada, a pedido da defesa de Prestini. Em março de 2019, um mês após o acidente, uma perícia contratada pela defesa de Prestini culpava as jovens pela tragédia. O relatório alegava “pouca experiência da condutora” do Pálio e também afirmava que o acidente ocorreu na pista sentido ao Litoral, onde trafegava o Jaguar, e não na pista sentido a Blumenau.
Momentos após a colisão
Um vídeo que circulou nas redes sociais na época mostrava Evanio em uma mesa com bebidas alcoólicas em um restaurante em Rio do Sul. Nas imagens é possível ver que ele conversava com outro homem e que havia mais uma pessoa na frente dele. Conforme matéria publicada pelo jornal O Município Blumenau, o garçom teria servido quadro doses de Licor 43, bebida com 30% de teor alcoólico.
Após a colisão, Evanio fez o teste do bafômetro, que acusou 0,72 mg de álcool por litro de ar. Dentro do Jaguar a polícia encontrou diversas garrafas de bebida.
Abalos psicológicos
Em entrevista ao jornal O Município Blumenau, em março de 2019, Thainara, a motorista do Palio, comentou que era melhor amiga de Suelen, uma das vítimas fatais. Ela conhecia Amanda e Thayna das festas e conheceu Maria Eduarda naquela sexta-feira.
Dias após o acidente, Thainara contou ao jornal O Município Blumenau que lia conversas antigas com amiga, que estava muito abalada com tudo que havia acontecido e que evitava ficar sozinha, por orientação da psicóloga.
Na entrevista, Thainara contou que o Jaguar “estava vindo em linha reta” e para evitar a colisão, ela teria tentado desviar “jogando o carro para a pista contrária”. Após a colisão, a jovem teria falado para as meninas não se mexerem, pois não sabiam o quão feridas elas poderiam estar.
Em 2022, Elizabete Grabner, tia e madrinha de Amanda Grabner, que morreu no acidente, contou ao jornal O Município Blumenau que Maria Eduarda “despedaçada” e não conseguia conversar sobre o assunto.
Recursos da defesa
Prestini responde em liberdade desde julho de 2019, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que ele não representava um perigo à ordem pública. O Ministério Público tentou fazer com que ele voltasse à prisão, mas sem sucesso.
Desde então, a defesa de Prestini entrou com vários recursos para tentar impedir o júri popular. A defesa pedia que o acusado fosse julgado por um juiz em gabinete, invés de ser julgado pelos jurados. No entanto, em agosto de 2023 o STJ manteve decisão de pronúncia que determinou o julgamento de Evanio pelo Tribunal do Júri.
De acordo com uma matéria publicada no jornal O Município Blumenau, a defesa de Prestini também queria que a denúncia de dois homicídios dolosos consumados virassem homicídios culposos, e os três homicídios dolosos tentados virassem lesões corporais culposas no trânsito.
Em setembro de 2020, a defesa de Prestini entrou com processo para tentar recuperar o Jaguar envolvido no acidente que foi apreendido pela Justiça. A intenção do advogado Roberto Brzezinski Neto, de Curitiba, autor do pedido, era evitar o leilão do automóvel. Ele alegou que “o requerente é o legítimo proprietário e o veículo não mais interessa ao processamento da ação penal”.
Famílias pedem Justiça
Um ato foi realizado em 2020, quando o acidente completou um ano. Dezenas de familiares e colegas se reuniram na frente do Fórum de Blumenau com cartazes que pediam Justiça pelas vítimas fatais.
Em 2021, quando o acidente completou dois anos, as famílias das vítimas e das sobreviventes se reuniram novamente em frente ao Fórum de Blumenau pedindo por Justiça. Um cartaz com as fotos de Suelen e Amanda foi colocado na grade do Fórum.
Durante todos esses anos de espera, as famílias das vítimas já organizaram alguns atos pedindo por Justiça. Em 2023 a tia de Amanda, Elizabete Grabner, fez uma ação com cartazes para cobrar justiça e tentar orientar os motoristas sobre a conscientização no trânsito.
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