Casos de dengue em Blumenau diminuem mais de 50% em comparação a 2022; confira dados

Dados são da Prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria de Promoção da Saúde (Semus)

Blumenau tem registrado queda de casos confirmados de dengue, em comparação ao mesmo período de 2022. Segundo os dados divulgados pela Prefeitura de Blumenau, por meio da Secretaria de Promoção da Saúde (Semus), o município registrou, até a última semana de abril, 219 casos confirmados, uma diminuição de mais de 56%, em comparação a abril passado, quando o município tinha 509 casos registrados.

Além disso, a cidade também registrou uma diminuição no número de focos do mosquito em residências, depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais. Segundo o divulgado pela prefeitura, até agora, foram registrados 1.787 focos, uma diminuição de 16%, em comparação ao mesmo período de 2022.

Histórico da doença em Blumenau

Durante o ano de 2022, Blumenau, assim como todo o país, enfrentou momentos de dificuldade com o grande aumento de focos do mosquito da Aedes aegypti, e também do aumento dos casos.

Os registros do aumento começaram em março, quando a Prefeitura de Blumenau divulgou o primeiro boletim, que mostrava que até aquele período de 2022, o município registrava 211 casos confirmados, e 1,8 mil focos.

Em abril de 2022, os casos confirmados chegavam a 509, e os focos registrados chegavam a 2,139. Ao fim de 2022, em dezembro, Blumenau registrava 10.468 casos confirmados, e mais de 3,8 mil focos, e contava também com sete óbitos.

Já em 2023, os casos passaram a diminuir. Segundo os números divulgados, janeiro iniciou com nenhum caso, e com apenas 176 focos de Aedes Aegypti. Já em fevereiro, foram confirmados 2 casos e 253 focos.

Apesar dos casos e focos estarem menor que em 2022, eles ainda existem. Entre março e abril, o número aumentou expressivamente. Conforme os dados, enquanto em fevereiro haviam apenas dois casos, março registrou 39, e em abril, foram 219 casos contabilizados.

Além disso, o número de focos também apresentou aumento. Em março foram 1.313 focos, e em abril, 1.787 focos registrados. Para Eleandra Casani, Coordenadora de Prevenção e Combate à Dengue em Blumenau, é normal que esse aumento aconteça, principalmente nessa época do ano.

“Estamos em um período quente e chuvoso, facilitando a proliferação dos mosquitos e das infecções. Além disso, também há resquícios de 2022, já que algumas fêmeas colocaram os ovos em locais secos, e esses locais, com o tempo, tiveram contato com a água. Então é normal que esses casos aumentem conforme o tempo”, explica.

A coordenadora explica ainda, que apesar de ser normal, é importante entender que Blumenau tem tomado medidas para que esse aumento não dure muito tempo, e que a tendência é voltar a diminuir o número de casos e focos.

Ações de prevenção

Depois dos altos números registrados em 2022, Blumenau passou a pensar em formas mais efetivas de combater o mosquito e a doença transmitida, e para Eleandra, essa mudança foi essencial para os baixos casos registrados nos quatro primeiros meses de 2023.

Entre as ações, além de continuar fazendo os monitoramentos padronizados pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado de Santa Catarina, o município passou dar mais atenção a casos pontuais. Conforme Eleandra, um caso específico de pessoa contaminada, moradora do bairro Água Verde, chamou atenção da equipe, e quando foram até o espaço, retiraram toneladas de lixo que estavam causando a proliferação do mosquito.

Além disso, as equipes reforçaram a colocação de tampas em caixas de água e também aumentaram o espaço de cobertura, quando um caso era confirmado.

“Quando um caso era confirmado, ou vários casos começavam a pipocar numa mesma rua, mesmo bairro, a gente começou a fazer todo um bloqueio bem maior. Em vez de a gente fazer o bloqueio de 150 metros, por exemplo, a gente expande esse raio, e verifica mais espaços que podem estar contaminados. E isso foi muito importante para evitar mais surtos de dengue”, relata.

Apesar das ações do governo da cidade estarem sendo efetivos, a Coordenadora de Prevenção e Combate à Dengue em Blumenau reforça que só é possível evitar uma nova epidemia de dengue, se a população também auxiliar no combate. São cerca de 165 mil imoveis em Blumenau, mas há apenas 150 pessoas que visitam as residências de Blumenau, a procura de focos e também para auxiliar os moradores em como evitar, então a população também precisa cooperar com o município.

“A gente precisa que a população faça a sua parte e elimine toda em qualquer local que sirva de reservatório o local de nascimento, desde uma tampinha de refrigerante até reservatórios maiores. É preciso manter piscinas com cloro e calhas limpas, fazer o descarte correto do lixo e não jogar em qualquer lugar. Se eliminar todo e qualquer local de nascimento do mosquito aedes aegypti, não teremos nem a proliferação e nem a transmissão das doenças”, explica.

Mesmo me cuidando, fui picado pelo mosquito, o que faço agora? 

Entre os principais sintomas de ter sido contaminado pela dengue, é febre alta entre 39º e 40º, dor atrás dos olhos, dores musculares intensas, manchas vermelhas pelo corpo com ou sem coceira, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, e em alguns casos, pode ter vômito. Nos casos mais graves, é possível sentir dor abdominal intensa e vômitos persistentes e sangramento nasal.

A principal recomendação caso sinta algum dos sintomas, ou todos, é procurar uma unidade de saúde, para que seja feito a confirmação do caso, e em seguida já comece o tratamento e o acompanhamento do paciente. Esse acompanhamento é importante, principalmente, porque há alguns remédios que não são indicados e não podem ser ingeridos, já que pioram a doença.

Saiba mais: – Dengue: saiba quais medicamentos são contraindicados para a doença

Além disso, é importante fazer o uso contínuo de repelente, para evitar ser picado, e também tome muitos líquidos, como água e sucos naturais, para o organismo poder reagir mais rapidamente.

“Mas com cuidado com os locais de transmissão e limpando os possíveis focos, a gente consegue evitar ao máximo essa contaminação, só depende de todo mundo trabalhar de forma unida, para não deixar o mosquito nascer e não transmitir a doença”, finaliza Eleandra.


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