CDL Blumenau explica por que não estimula apoio de lojistas à greve dos caminhoneiros
Para entidade, falta uma pauta mais clara a ser discutida
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau não vai estimular os associados a fechar as portas ou a participar de protestos relacionados à greve dos caminhoneiros. Segundo a entidade, o comércio sente o impacto da paralisação devido ao baixo movimento e à dificuldade de funcionários chegarem ao trabalho.
Conforme a nota, a CDL “compreende que a causa é justa e sabe o quanto a carga tributária no Brasil é alta e onerosa”, mas informa que cada empresário deve decidir como se posicionar frente à situação do país.
Por fim, a entidade que representa o comércio afirma que falta ao protesto dos caminhoneiros uma pauta clara a ser discutida, que envolva mais setores e serviços.
Confira a nota na íntegra
A CDL Blumenau está acompanhando os movimentos referentes à paralisação dos caminhoneiros, que estão lutando pela diminuição do valor do óleo diesel. A entidade entende e apoia o protesto que ocorre em todo o Brasil, inclusive com intensidade em muitas cidades catarinenses.
A CDL Blumenau compreende que a causa é justa e sabe o quanto a carga tributária no Brasil é alta e onerosa, não só para os caminhoneiros, mas para todos os empresários, dificultando o desenvolvimento do ambiente de negócios e impactando no bolso dos consumidores. Justamente por isso, a entidade apoiou o Dia da Liberdade de Impostos (DLI), realizado pela CDL Jovem no dia 24 de maio, como forma de alertar a população sobre o tema.
Destacamos que o comércio sente o impacto desta paralisação principalmente em duas situações: o pouco movimento dos estabelecimentos, visto que muitas pessoas estão com dificuldade de se locomover, bem como pelo transporte dos funcionários. As situações ocorrem pela falta de combustível na cidade e os horários reduzidos do transporte público.
Diante dessa situação é necessário que o empresário tome algumas medidas visando garantir o atendimento ao cliente e a organização das equipes de trabalho para que todos consigam ir e vir. Reforçamos que a opção sobre o fechamento ou não do comércio deve ser feita por cada empresário junto aos próprios colaboradores, avaliando cada situação.
Destaca-se que o horário do comércio é regido pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2017-2018, estabelecida pelo Sindilojas e pelo Sindicato dos Empregados no Comércio.
Nesse sentido, a CDL Blumenau informa que não irá convocar os associados para uma paralisação ou para fechar o comércio em determinado período como forma de apoio a paralisação dos caminhoneiros. Cada empresário tem autonomia para deliberar sobre isso.
A CDL Blumenau entende que toda essa discussão não deve ser somente com relação à paralisação dos caminhoneiros e em torno de um único produto. É preciso que ela seja ampliada para o momento político que o Brasil vive, para que cada cidadão entenda a necessidade das mudanças.
É necessário abordar as reformas Tributária e Política, a redução das Câmaras Estadual e Federal, bem como do Senado, além de reduzir os benefícios para políticos e pedir pela aprovação imediata das 10 medidas anticorrupção. Outros assuntos também devem entrar em pauta, como a redução da frota de veículos oficiais, do número de assessores para políticos e da verba de gabinete; além de melhores critérios para o auxílio moradia e uso das aeronaves oficiais.
Estamos a cinco meses das eleições, sem candidatos definidos e sem um plano para 2019. Já estamos, a partir de agora, comprometendo o próximo ano, quando na verdade deveríamos estar em plena recuperação.
Para finalizar, a CDL Blumenau entende que a convocação junto aos associados para o fechamento das lojas só se dará a partir do momento que houver uma pauta clara a ser discutida.