Ceasa de Blumenau amanhece vazia nesta quinta-feira
Diversos agricultores não conseguiram chegar ao local por causa da greve dos caminhoneiros
A quinta-feira, 24, começou atípica na Ceasa, a Central de Abastecimento de Blumenau. Os espaços onde os agricultores vendem os produtos às segundas e quintas-feiras estavam vazios às 7h. Dos mais de 30 que vêm toda semana, apenas cinco conseguiram driblar os bloqueios nas rodovias causados pela greve dos caminhoneiros.
Dos 18 boxes que abrem diariamente, um já estava com as portas fechadas. Se a greve continuar ao longo desta quinta, nesta sexta-feira haverá atendimento parcial – alguns comerciantes conseguirão vender apenas o que restar. E já não há muito a oferecer.
Cesar Felippi, dono de um dos maiores boxes do local, o Comércio de Verduras SS, conta que diversos alimentos acabaram:
“Normalmente trabalho com duas mil caixas, agora eu estou com 200. Imagina, é 10%. Por aqui sempre não dá nem pra andar, hoje tem espaço de sobra”, lamenta, apontando para o corredor entre as pequenas pilhas de caixotes de madeira e plástico.
No estacionamento, onde o fluxo de caminhões é sempre intenso, pôde-se caminhar sem preocupação. Dos 11 veículos da empresa de Felippi, sete estavam fazendo entrega pela cidade no início da manhã. Os 40 clientes, entre restaurantes e mercado, já sabem que nesta sexta provavelmente nenhum estará na rua.
A falta reflete também nos preços. Felipi diz que o valor da batata disparou. No começo da semana ele pagou R$ 75 pelo saco com 50 quilos. Agora a mesma quantidade vale R$ 110. O tomate ficou 10% mais caro. Apesar da alta, os pedidos estão sendo feitos, mesmo sem a garantia da chegada.
Representante de um supermercado do bairro Fidélis, Diogo Assini chegou cedo para buscar o pedido. Alguns itens ficaram de fora, mas os que conseguiu, levou em uma quantidade superior ao que normalmente compra:
“O pessoal sabe que amanhã não vai mais ter, então o mercado enche. Hoje está tranquilo para negociar, não tem ninguém”, surpreendeu-se.