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Central Pós-Covid: meio ano após implantação, procura segue abaixo do esperado

Meta prevista em contrato foi batida, mas profissionais seguem lutando por divulgação do serviço

O Centro Regional Interprofissional Especializado Pós-Covid (Crie) completou seis meses de atuação no fim de fevereiro. O serviço, oferecido pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) em parceria com a prefeitura municipal, atende pacientes com sequelas ou complicações por conta da doença.

Entretanto, mesmo com um trabalho tão vital sendo oferecido a todo Vale Europeu, os profissionais de saúde seguem lutando pela divulgação do atendimento para que mais pacientes possam se beneficiar da Central Pós-Covid.

Ainda assim, a equipe já ultrapassou cota de atendimentos prevista em contrato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí (Cisamvi). Dentre os profissionais há enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e médicos de todas as especialidades.

“Somos três enfermeiros que atuam na triagem para entender as necessidades dos pacientes. Alguns deles acabam sendo encaminhados para todos os profissionais”, conta Elen Paulino, enfermeira do Crie.

A preocupação da equipe é que a cidade voltou a ter um número elevado de casos agudos da doença. Ainda assim, a procura do Centro segue baixa. Por isso o Crie está focando em divulgar o serviço tanto para os possíveis pacientes quanto para os profissionais de saúde que podem encaminhá-los.

Estudos apontam que cerca de 10% dos pacientes que sobrevivem ao vírus apresentam sequelas. Com mais de 110 mil reabilitados em Blumenau, esse número deve ultrapassar 10 mil pessoas.

Elen atua no Ambulatório Geral da Velha além do Crie, portanto sabe da alta demanda na rede pública. A enfermeira acredita que isso pode dificultar que as equipes percebam os casos crônicos para conseguir recomendar o serviço do Crie.

Dados do atendimento

De acordo com a enfermeira, o Crie está acompanhando 179 pacientes atualmente. Destes, apenas dois são de fora de Blumenau. Apesar de o serviço ser estendido para todo o Vale Europeu, apenas dois moradores de Botuverá buscaram atendimento.

Ao todo, 3.230 procedimentos foram realizados nestes seis meses. O que mais se destaca é a fisioterapia, com 854 sessões realizadas.

Dos pacientes, 94 são mulheres e 85 são homens. Dente as idades atendidas, se destacam os pacientes com mais de 50 anos. Eles representam 103 dos 179 atendidos.

No início dos atendimentos, o que impressionou a equipe foi a busca por atendimento psicológico. Muitos pacientes, com dificuldade de retomar a vida normal, ressaltavam que o vírus havia acabado com a vida deles.

“Hoje sabemos que a Covid é uma doença multissistêmica. Ou seja, age em diversos órgãos. Alguns pacientes têm queixas iguais, mas muitos sintomas podem ser completamente diferentes. Cada pessoa tem uma reação diferente”, acrescenta Elen.

Como ter acesso ao Crie

A síndrome pós-Covid é identificada quando o paciente segue tendo sintomas três meses após testar positivo. Os problemas de saúde duram mais de dois meses e não possuem outro diagnóstico possível.

Alguns dos sintomas são: cansaço excessivo, tosse, nariz entupido, sensação de falta de ar, dor ou sensação de pressão no peito, palpitações, perda do paladar ou olfato, dor de cabeça e muscular, diarreia e dor abdominal, confusão ou dificuldade de pensamento.

“Assim que o paciente saiu da fase aguda e começa a perceber alterações no organismo, ele já precisa buscar essa ajuda. Quanto mais demorar, mais difícil é a reabilitação”, reforça a enfermeira.

Não é necessário ter sido hospitalizado para ter direito ao atendimento. O Centro Regional Interprofissional Especializado Pós-Covid atende pacientes dos 14 municípios da Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve).

Para acessar o serviço é necessário procurar uma unidade de saúde ou hospital para garantir a regulação do SUS, assim como é preciso ter sintomas. Com isso, o médico encaminhará para o hospital universitário.


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