“Não é a política que está em crise, mas os desmandos que a permeiam”
Colunista discute a perda de credibilidade do sistema partidário e eleitoral
Pelos caminhos da boa política
Há algum tempo o país tem vivido tempos diferentes no seu sistema político. Mas isso não parece ser um mal em si. Desde as manifestações deflagradas em junho de 2013, os brasileiros já não toleram mais os discursos vazios da classe política.
Pela alta carga tributária que se paga, um mínimo de contraprestação em serviços públicos com qualidade é o que se espera. Daquele momento em diante, toda a classe política passou a ser responsabilidade pelo conjunto da obra. Vale dizer, de todos os partidos.
Sob a desconfiança do eleitorado vieram as eleições municipais de 2016, em que muitos se elegeram sob o mantra da “nova política”. Talvez o caso mais clássico tenha sido o do prefeito da cidade de São Paulo, João Doria (PSDB), que de tão novo nem esquentou a cadeira no cargo. Em Blumenau também temos exemplos concretos dessa onda.
Como sabemos, a política não tem absolutamente nada de novo. Pelo contrário, é inerente à própria essência humana, segundo ensinamento clássico do filósofo grego Aristóteles.
Não é a política que está em crise, mas os desmandos que a permeiam. É o acúmulo de acordos não cumpridos, o aparelhamento do estado e das instituições por partidos e por coronéis que não mais se admite. O colapso é de um sistema partidário e eleitoral, esse sim, velho e carcomido.
Por isso, é fundamental que nessas eleições nos balizemos por aqueles que se propõem à boa política, que pressupõe boas práticas. Muitas delas antigas, como a de honrar compromissos, promessas e mandatos assumidos.
César Wolff escreve sempre às quintas-feiras
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