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“Lava Jato entra para a história do país como um dos mais fortes atos em prol da república”

Investigação criminal sem precedentes na história do Brasil, a força-tarefa da Polícia Federal e de procuradores da república revelou ao país a existência de organizações criminosas que chegaram ao nível do Palácio do Planalto. O ápice do poder em nossa República Federativa. A maior e mais cobiçada construtora do país reconheceu, confessou e devolveu parte […]

Investigação criminal sem precedentes na história do Brasil, a força-tarefa da Polícia Federal e de procuradores da república revelou ao país a existência de organizações criminosas que chegaram ao nível do Palácio do Planalto. O ápice do poder em nossa República Federativa.

A maior e mais cobiçada construtora do país reconheceu, confessou e devolveu parte das vultosas quantias desviadas ilicitamente dos recursos recolhidos com o dinheiro dos contribuintes. E não foi a única, pois teriam formado, digamos, um “clube” entre elas, grandes e médias construtoras do país.

Prestaram – e ainda prestam – contas com a Justiça ex-presidentes da república, governadores, senadores, deputados, empreiteiros, doleiros. Enfim quem quer que estivesse envolvido no crime organizado que assaltou empresas públicas nacionais. Dentre elas a joia da Coroa, a Petrobras.

A decisão monocrática do ministro Edson Fachin que determinou o retorno à estaca zero de processos criminais envolvendo, especificamente, o ex-presidente Lula é apenas mais um capítulo dessa conturbada novela.

Ninguém deveria achar que seria simples desvelar tamanho e tão bem estruturado esquema criminoso nacional, e talvez internacional, capaz de perpetuar governantes à frente do poder político, através de alianças espúrias com o poder econômico.

Eis que os crentes de Curitiba, como pejorativamente a eles se referiu um dos investigados, decidiram levar adiante a busca pela responsabilização de cada um dos envolvidos, sem poupar ninguém. Afinal, algo precisava evoluir em relação à ação penal 470, em que sequer se investigou o grande beneficiário do esquema de compra de apoio político parlamentar no Congresso Nacional, através do ficou conhecido como mensalão.

Por isso, porque se pretendeu fazer valer a lei para todos nas investigações criminais, mesmo com os percalços, equívocos, desvios éticos e profissionais que precisam ser sim apurados, corrigidos e sancionados, a força-tarefa da Lava Jato entra para a história do país como, seguramente, um dos mais fortes e concretos atos efetivos em prol da República, que proclamada a 15 de novembro de 1889, ainda encontra severas dificuldades para tratar todos de forma igual.


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