“Mário chegou ao poder pela renúncia do titular, mas é reconduzido por mérito próprio”
Por César Wolff- 04/12/2020
- 19:51
Desde que se alterou a Constituição em 1997 para permitir a reeleição, Blumenau vem conferindo o segundo mandato aos seus prefeitos. Assim ocorreu inicialmente com Décio Nery de Lima e se estendeu a todos os sucessores. João Paulo Kleinübing, Napoleão Bernardes Neto e agora Mário Hildebrandt, todos reeleitos com margens seguras de votos. Nessas Eleições 2020 o grande número de candidatos não chegou a ameaçar o projeto do prefeito.
A reeleição é uma facilidade para o titular do mandato, mas não é um mal em si. Não se pode esquecer que quem reelege é o povo, através do voto. Ademais, quatro anos parecem pouco para se deixar um legado sustentável. Grandes empresas, por exemplo, planejam suas sucessões com muita antecedência e, salvo algum acidente de percurso, mantêm seus gestores por um tempo necessário ao desenvolvimento de suas habilidades.
Reconduzido o prefeito, nasce um novo governo. Mário chegou ao poder pela renúncia do titular, mas é reconduzido por mérito próprio. Passa a reunir todas as condições para fazer um governo genuinamente novo.
Nos próximos quatro anos, no entanto, terá pela frente desafios grandes. A dívida para com o instituto de previdência dos servidores públicos do município chega a R$ 150 milhões, como se noticiou nessa campanha. Além disso, tudo será dificultado pela crise financeira que tende a se agravar com o fim do auxílio emergencial.
As soluções precisam ser construídas com os munícipes. Por não existirem fórmulas prontas, governos devem se aproximar das pessoas e das instituições e se abrir ao debate. A verdadeira liderança é aquele capaz de envolver todas as partes em torno de um projeto coletivo, que no caso de uma cidade deve ser sempre o bem comum, a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Que assim seja!