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Mário Hildebrandt e a busca por uma (re)eleição que pode ser inédita em Blumenau

Colunista avalia possibilidade da candidatura do atual prefeito

Provavelmente sem precedente na história da cidade, Blumenau deverá experimentar um processo eleitoral em que o candidato à reeleição não foi previamente eleito. Isto porque Mário Hildebrandt foi escolhido para o cargo de vice-prefeito, em chapa com Napoleão Bernardes, este sim destinatário de fato dos votos lançados.

O cargo de vice-prefeito nem deveria existir. Não faz mais nenhum sentido mantê-lo em pleno século 21, na era da informação e da informática. A renúncia de prefeito, salvo nos últimos meses do mandato, deveria ensejar reabertura do processo eleitoral para um mandato tampão. Exatamente como ocorre em caso de cassação de mandato pela Justiça Eleitoral.

Mas isso são águas passadas. Mário Hildebrandt, vice-prefeito eleito e prefeito empossado, será o titular da grande maior parte do mandato, de quatro anos, graças à renúncia prematura de Napoleão Bernardes Neto. E nesse cenário, assim como qualquer outro prefeito eleito, disputará sua (re)eleição.

Exatamente por isso será equivocado subestimar nesse processo eleitoral o fato de o prefeito nunca ter disputado como titular a chefia do Poder Executivo. O que estará em jogo no pleito de outubro de 2020 será a aprovação ou rejeição ao seu modo de governar; e não ao de Napoleão Bernardes.

Mario Hildebrandt, é preciso reconhecer, deu novo formato ao governo municipal, não só por seu estilo gestor, capaz de dissolver a Companhia Urbanizadora de Blumenau – URB sem pestanejar, como pela nova composição que deu ao seu secretariado. Houve a quebra do liame com o governo que sucedeu. E isso é claramente perceptível e inegável.

Preocupado com a comunicação e assíduo nas redes sociais, nem de longe se aproxima do exímio e natural comunicador que é o seu antecessor. Mas isso também não o prejudicará nestas eleições, pelo fato de que a arte de comunicação se exige de um candidato, mas não necessariamente de um prefeito.

Mário entra na campanha eleitoral exercendo o mandato, do qual não é obrigado a se afastar. Tem o privilégio de ser conhecido por praticamente todos os munícipes, além do que tem investido alguns niqueis nos dispendiosos informes publicitários dos atos de sua gestão.

O Prefeito de Blumenau será (re)eleito? Isso é impossível prever, pois absolutamente ninguém é detentor de uma bola de cristal. Mas isso não é importante. Para nós blumenauenses o importante é garantirmos um processo eleitoral construtivo, integrado por boas personalidades, informado pelo bom debate e, principalmente, austero.