César Wolff: “O que há de novo no Partido Novo?”
Para colunista, objetividade e transparência diferenciam a sigla, que pretende lançar candidato a prefeito de Blumenau
O que há de novo no Partido Novo?
No último final de semana, correligionários de todo o estado elegeram a cidade de Blumenau para a reunião estadual do Partido Novo. A escolha não foi sem razão. Além de o Vale do Itajaí ter elegido Gilson Marques Vieira um dos oito deputados federais da sigla, por aqui João Amoêdo alçou a terceira classificação, com 6,58% dos votos (12.990), à frente de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB).
Com a presença do próprio João Amoêdo, presidente do diretório nacional, os 400 filiados analisaram tanto o último processo eleitoral quanto a conjuntura nacional. Seus deputados federais trouxeram relatos da realidade congressual e externaram, com exemplo e opções pessoais, o cumprimento dos valores defendidos.
Para ficar apenas no exemplo local, o deputado federal Gilson Marques Vieira contou ter nomeado apenas seis de 25 assessores disponíveis, renunciado ao auxílio financeiro destinado a custear despesas de mudança à Capital Federal e, ainda, à especialíssima aposentadoria parlamentar.
Estima que R$ 296 mil já foram economizados, tendo projetado um total de R$ 4 milhões a menos de despesas nos cofres públicos para todo o mandato.
Como resultado do encontro, sinalizaram a intenção de lançar candidatos a prefeito e vereadores nas eleições de 2020 em cidades estratégicas como Blumenau, Joinville e Florianópolis. E para isso já estão se mobilizando na busca de novos filiados e, claro, das respectivas contribuições de R$ 29,90 mensais. Isto porque o partido não aceita usarecursos dos bilionários fundos partidário e eleitoral.
Os valores do partido estão bem estampados nos documentos oficiais e revelam seu caráter liberal. Mas, fundamentalmente, enunciam e reafirmam a crença na política e no regime democrático. Além do que compreendem a importante função de um partido político como instrumento de racionalização dos serviços públicos e do próprio Estado.
E o que há de novo, então?
Possivelmente, a forma transparente, austera e objetiva de suas ações. O viés mais liberal ou social pode, e deve, variar entre as diversas siglas partidárias. É para isso que vigora o pluripartidarismo.
Mas é preciso reconhecer que dos 34 partidos políticos registrados no TSE, poucos deles se revelam tão transparentes nos propósitos, comprometidos com a redução dos gastos públicos e assertivos nos seus valores.
Fato é que partido político, no Brasil, virou sinônimo de fisiologismo. E desse atributo, por enquanto, as ações concretas do Novo o distanciam completamente. Sua estreia nas próximas eleições majoritárias em Blumenau será bastante interessante.