“Plano criminoso para executar Moro revela grave insegurança pública e democrática”
O Brasil na mira do crime organizado
O anúncio do desmantelamento de um plano criminoso para execução do ex-juiz da operação Lava Jato, Sérgio Fernando Moro, familiares e autoridades da Justiça revela grave insegurança pública e democrática.
Assassinar aquele que conduziu o julgamento do maior esquema criminoso, investigado e julgado, de assalto aos cofres públicos do país seria um recado claro a magistrados, promotores de justiça, policiais e todos aqueles envolvidos no combate aos chamados crimes do colarinho branco. Um recado negativo, evidentemente, no sentido de não interferirem no sistema organizado da corrupção do Estado Brasileiro.
Não fosse ele, Moro, atualmente Senador da República na oposição, o ajuste criminoso teria sido veementemente repudiado pelas instituições da República e por entidades como Associação Brasileira de Imprensa, Associações de Magistrados e Membros do Ministério Público e, claro, pela Ordem dos Advogados do Brasil. Mas não foi o que aconteceu.
Nem mesmo o Senado Federal foi capaz de emitir qualquer nota de repúdio à tentativa do crime organizado de interferir no combate à corrupção. Aliás, não fossem os mais de dez apartes de colegas Senadores, o pronunciamento do Senador alvo dos ataques teria sido sumariamente encerrado, como o advertiu o Presidente da Casa Senador Rodrigo Pacheco de que seu tempo regimental de fala havia se esgotado na tribuna do Plenário.
É preciso prestar atenção nos acontecimentos, independentemente da repercussão dos fatos pela mídia e pelas instituições. Os números não mentem. Durante sua gestão como Ministro da Justiça, Moro entregou redução importante do número da criminalidade do país. Só por isso já seria merecedor de ampla solidariedade diante de tão arrojado e organizado planejamento para seu assassinato.