“Precisamos de uma reforma política urgente, pois nenhuma gestão resiste ao vai e vem”
Governar um estado é muito mais complexo do que simplesmente liberar recursos. Especialmente pela necessidade de bons projetos para que se consiga aplicar os mais de R$ 1 bilhão atualmente estocados nos cofres públicos de Santa Catarina. Na passagem de Daniela Reinehr por Blumenau, a Governadora interina foi recepcionada apenas por representantes da classe política, […]
Governar um estado é muito mais complexo do que simplesmente liberar recursos. Especialmente pela necessidade de bons projetos para que se consiga aplicar os mais de R$ 1 bilhão atualmente estocados nos cofres públicos de Santa Catarina.
Na passagem de Daniela Reinehr por Blumenau, a Governadora interina foi recepcionada apenas por representantes da classe política, mas que comemoraram, com razão, a liberação de recursos de emendas parlamentares e o compromisso de aplicar R$ 5 milhões para recapeamento da pista do nosso Aeroporto.
O problema é que esse tipo de atitude não resolve os problemas. E aqui não vai nenhuma crítica à governadora interina. Muito pelo contrário, diante da possibilidade de assumir definitivamente o comando do estado de Santa Catarina, ela fez acenos concretos à comunidade do Vale do Itajaí e à possíveis aliados políticos. Até aí tudo bem.
A questão é outra. Precisamos de uma reforma política urgente, pois nenhuma gestão resiste ao vai e vem de mandatários. No caso do governador Carlos Moisés, seus dois afastamentos provisórios foram completamente desnecessários. Não havia nenhum indício concreto de que sua permanência no cargo poderia atrapalhar a ordem dos trabalhos do Tribunal Especial.
Já os governos de Luiz Henrique da Silveira, Raimundo Colombo e, no âmbito municipal, Napoleão Bernardes Neto, foram interrompidos inadvertidamente pela renúncia prematura de seus titulares. Seja para garantir espaço e alianças políticos, seja para atender interesses próprios com fins eleitorais. Neste último caso pela necessidade de desincompatibilização para concorrem a outros cargos.
O fato é que governos devem ser sinônimo de continuidade, previsibilidade, eficiência e, sobretudo, de interesse público acima dos interesses pessoais. Do contrário continuaremos reféns do improviso, das promessas não cumpridas e, fundamentalmente, da incapacidade de execução de projetos de maior envergadura, de médio e longo prazo de planejamento, execução e conclusão.