Ciclistas percorrem Vale Europeu em 21 dias e registram belas imagens da região

Eles passaram por Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Apiúna, Rodeio, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rio dos Cedros

Empreendedores e aventureiros, a dupla Jackson Dalcanale e Manny Pellin completou um circuito de bicicleta pelo Vale Europeu em 21 dias. Como não poderia deixar de ser, registraram cada um dos detalhes, revelando as belezas naturais e arquitetônicas da região.

Os moradores de Timbó explicaram que tudo começou com uma brincadeira. “Nós dois resolvemos inovar. Adoramos fazer coisas diferenciadas, curtir a natureza e, claro, a bike! É o veículo que utilizamos para nos locomover dentro da nossa cidade, Timbó, que dá o start no circuito do Vale Europeu Catarinense, onde nascemos e moramos atualmente”, explica Jackson.

Jackson e Manny fizeram um planejamento em aproximadamente duas semanas. Neste período, buscaram parceiros que pudessem ajudar e orientar. “Recebemos muita ajuda durante a viagem. O intuito era trocar hospedagem por divulgação dos lugares que iríamos passando, e assim seguimos com a “cara e a coragem”. Recebemos diversas negativas, mas isso não foi o suficiente pra gente parar”.

Foto da arquitetura da cidade de Rodeio, casa da família Feller.

Os timboenses partiram no dia 27 de maio e voltaram no dia 16 de junho. “Esses dias foram repletos de muita histórias, conhecimentos, aprendizados, aventuras, paisagens e pessoas incríveis”. Eles contam que também passaram por dificuldades, principalmente quando encontraram pessoas que não abriram suas portas para eles durante o trajeto.

Dentre estes 21 dias, Manny e Jackson passaram por nove cidades do Médio Vale do Itajaí: Timbó, Pomerode, Indaial, Ascurra, Apiúna, Rodeio, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rio dos Cedros.

Experiências compartilhadas

Station Bike Bar, Rio dos Cedros

No primeiro dia de pedal, a dupla chegou a Pomerode, fazendo a primeira parada no Sation Bike Bar, o primeiro bar temático do Circuito do Vale Europeu. Eles encontraram um local chamado de  Hospedagem Rural, e conversaram com a proprietária, Simone Wachholz Drews. Foi a primeira estadia. “A casa está há oito gerações na família Wachholz, um lugar histórico cheio de objetos antigos e uma casa fantástica com muitas particularidades já tombada como património histórico chamada Casa Wachholz”, explica Jackson

Já no segundo dia, a dupla seguiu para Indaial. As bicicletas, contudo, sentiram o peso do trajeto. Manny teve mais problemas, com seu veículo estragando três vezes. “Então passou uma pessoa incrível por nós, o Marcos Tartari. Ele perguntou se precisávamos de ajuda, ofereceu a sua casa e disse que podíamos dormir lá. Arrumamos provisoriamente a bike tirando o disco traseiro e seguimos pra casa dele e depois acabamos fazendo uma janta por lá”.

Café da manhã na casa da família Waccholz, em Pomerode

A dupla subiu o Morro Azul no terceiro dia, onde acamparam. Assim seguiram, entre todos os 21 dias, se alternando entre belas paisagens, cidadãos generosos e dificuldades, principalmente mecânicas com as bicicletas.

Em Ascurra, eles foram recebidos por Álvaro, do Salto das Andorinhas, que cedeu um chalé dentro de sua propriedade para ficarmos hospedados. Logo em seguida, partiram para Rodeio, buscar uma oficina de bicicletas, e assim rumara a Apiúna. “Nesse dia pegamos muita chuva, e daí pra frente choveu a maioria dos dias”.

Degustação do vinho produzido pela família Mondini em seu castelo localizado em Ascurra

De volta a Rodeio, eles se hospedaram na igreja São Francisco de Assis, que tem data de fundação de 1899. Lá, conseguiram um quarto para dormir e também comida, cedida pelo guardião da igreja e pelo frei responsável.

No dia seguinte, seguiram o pedal, parando na Casa da Arte, onde existe um dos maiores acervos de arte particular do Brasil. “O proprietário, senhor Paulo, nos deu uma aula de ecologia e arte, uma pessoa muito sábia e culta. Ele montou uma agrofloresta no entorno da sua casa onde ele produz o seu próprio adubo e o comercializa”.

As próximas paradas foram a vinícola San Michele, o Caminho dos Anjos e em seguida foram para Benedito Novo, onde encontraram a maior tirolesa da América Latina. Eles aproveitaram também para conhecer o Eremitério. “O local possui uma arquitetura fantástica, construída a base de pedras e ferro onde, utilizado para retiros e cerimonias religiosas”.

Eremitério na cidade de Benedito Novo

Os ciclistas deram sequência no percurso parando em mirantes, cachoeiras e também pela Igreja Luterana Ribeirão Liberdade, única do Brasil construída na técnica Enxaimel e datada de 1917. Mas a fome apertou: a dupla ficou de Benedito Novo até Doutor Pedrinho sem comer por falta de opções na estrada.

O mau tempo os impediu de ampliar ainda mais os registros fotográficos e a experiência com o trajeto. O desgaste físico e os problemas mecânicos também dificultaram a continuidade e a visita a mais pontos turísticos, históricos e culturais. Mesmo assim, eles passaram pela fazenda de orgânicos Heidrich, onde ficaram por quatro dias até partirem a Rio dos Cedros.

Pintura no interior da Igreja São Francisco de Assis na cidade de Rodeio.

Para encerrar, Jackson e Manny foram ao Bar Latino-Americano, que é temático e pertence a uma amiga da dupla. Ela viajou de bicicleta por 16 países em torno de cinco anos, e resolveu criar o estabelecimento para eternizar a conquista. “Terminamos o circuito com uma cerveja bem gelada”, conclui Jackson.

Vista da cachoeira Formosa em Rio dos Cedros, na localidade de Alto Palmeiras

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