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“Cinco famílias foram destruídas”, diz avó de vítima do acidente na BR-470 durante manifestação

Emoção e pedidos de justiça marcaram a mobilização em frente ao Fórum de Gaspar, onde ocorreu a audiência de instrução e julgamento de Evanio Prestini, nesta segunda-feira, dia 6. Familiares das vítimas do acidente na BR-470 se manifestaram pacificamente sobre o caso.

“Cinco famílias foram destruídas e nunca mais vão ser as mesmas, então a gente quer justiça. Vou chorar para o resto da vida a falta das meninas, porque um pedaço foi arrancado da gente”, disse Anita Riewe, avó da Amanda Grabner. A garota de 18 anos morreu após o acidente.

Elizabete Grabner, tia e madrinha de Amanda, diz que a manifestação também é uma forma de conscientizar as pessoas sobre a importância de não misturar bebida e direção.

“Ela [Amanda] e a Suelen não voltam mais, então a nossa missão é conscientizar outras pessoas para que eles não passem o que nós, as cinco famílias, estamos passando”, comentou.

Elizabete ainda fez um apelo: “Bebida e direção não combinam e ninguém vai conseguir provar isso ao contrário, então para que a pessoa que você gosta não vire uma lembrança e uma foto numa estante, tenham consciência”.

Audiência

Seis pessoas prestaram depoimentos na audiência de instrução e julgamento de Evanio Prestini, nesta segunda-feira. Maria Eduarda Kraemer foi a primeira a ser ouvida, seguida de Thayná Cirico e Thainara Schwartz. As três sobreviventes do acidente não quiseram prestar depoimento na frente de Prestini. Ele foi retirado da sala.

Um testemunha de defesa e um policial rodoviário federal não compareceram a audiência. Por esse motivo, Prestini, que seria o último a prestar depoimento, não foi ouvido. O depoimento dele deve acontecer dentro de alguns dias.

O acidente

Evanio Prestini dirigia um Jaguar que invadiu a pista contrária e provocou a morte de duas jovens na BR-470 e feriu outras três, no dia 23 de fevereiro. De acordo com o teste de bafômetro feito pela PRF, ele havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir.

A juíza da Vara Criminal de Gaspar, Camila Murara Nicoletti, aceitou a denúncia do Ministério Público que o acusa de dois homicídios duplamente qualificados: por aceitar o risco de cometer o crime, ameaçando inclusive outras pessoas, e por não oferecer chance de defesa às vítimas. Ele também responde por três tentativas de homicídio e por um crime de trânsito: dirigir embriagado.

A pena mínima para cada homicídio é de 12 anos de prisão, enquanto cada tentativa de homicídio partiria de oito anos de reclusão. No caso do crime de trânsito, a pena começa em seis meses de cadeia, conforme o Código de Trânsito.