Com medo de despejo, comunidade indígena busca alternativas de moradia em Blumenau
Grupo participou de encontro em Florianópolis nesta quarta-feira, 18
Representantes da comunidade indígena de Blumenau estiveram em Florianópolis nesta quarta-feira, 18, participando de uma reunião para discutir alternativas de moradia na cidade. O encontro foi agendado pelo deputado Adriano Pereira (PT) e contou com a participação das secretarias de habitação e desenvolvimento social, além da chefia de estado.
Como pauta principal do encontro, o grupo destacou os riscos de perderem o espaço onde vivem 12 famílias – cerca de 50 pessoas. Desde 2018, eles ocuparam um prédio de propriedade do estado – onde funcionava um centro de saúde antigamente – e que estava abandonado na rua Itajaí, ao lado da Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Após passar vários anos sem energia elétrica ou água tratada, a comunidade xocleng conseguiu as ligações pela Justiça, no ano passado. Porém, após a conquista, outro problema maior vem levando medo aos moradores que ocuparam o espaço: a ameça de despejo.
“Somos ameaçados e sabemos que o município, o estado, eles têm planos para esse imóvel. Quando vem polícia as crianças ficam com medo, a gente vive com medo de a qualquer hora virem e nos despejarem”, destaca o líder da comunidade de Blumenau, cacique Samuel Pripra.
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As famílias estão tentando junto ao estado ou município uma outra alternativa de moradia, já que não podem ter a garantia de que irão permanecer no local onde vivem atualmente. O espaço já recebeu vários projetos, entre eles, a possibilidade de construção de uma delegacia da Polícia Civil – o que já foi descartado.
Entretanto, uma das representantes do grupo, Nandjá Schirlei da Rocha, afirma que os representantes do estado confirmaram que existem outros planos para aquele imóvel.
“Eles não nos prometeram nada. Confirmaram que têm projetos para o prédio e que vão analisar o que a gente pediu. Não estamos esperando vir o despejo para depois lutar. Estamos ameaçados e estamos buscando agora uma solução”, afirma Nandjá.
“Temos crianças que estudam ali perto, temos nossos velhos, temos muita gente que precisa disso, por isso vamos continuar lutando”, reitera o cacique.
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