27/10/2021 | 09:00
Por Jotaan Silva
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Apesar da grande quantidade de bancos, sejam os tradicionais ou os novos digitais, as cooperativas de crédito estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Um estudo recente do Banco Central apontou que entre 2016 e 2020, a carteira de crédito das cooperativas teve um aumento acumulado de 134,6%, respondendo por 5,1% da carteira de crédito do setor financeiro nacional.
Além disso, de 2020 para 2021, mesmo em pandemia, as cooperativas continuaram crescendo e a base de cooperados chegou a 11,9 milhões em junho deste ano, totalizando um aumento de 9,4% na comparação com o ano anterior. Em ativos, os valores totais alcançaram R$ 371,8 bilhões.
“Com crescimento acima da média dos demais segmentos, o cooperativismo de crédito continua se destacando como relevante provedor de crédito aos seus associados pessoas físicas e jurídicas”, destaca trecho do Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, do Banco Central.
Um exemplo desse crescimento está no Sul do país e teve início em Blumenau: o Sistema Ailos. Atualmente, são 13 cooperativas de crédito distribuídas por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Mas a Central fica em Blumenau, cidade também da principal cooperativa, a Viacredi.
Atualmente, a cooperativa soma mais de 750 mil cooperados, ou seja, cerca de 60% dos 1,2 milhão de associados de toda Ailos. Com essa magnitude, a blumenauense fortalece todo o sistema e fez a Ailos alcançar o valor de R$ 13,5 bilhões em ativos em 2021.
“Estamos crescendo num ritmo muito alto. No último ano são cerca de 30%. Como nosso negócio não é o lucro, não é enriquecer, ficamos mais próximos dos nossos cooperados, nós sentimos as dificuldades deles, principalmente nessa pandemia, damos alternativas, damos soluções e isso se reflete nos números”, afirmou Moacir Krambeck, o presidente do Sistema Ailos.
Krambeck, aliás, atua na Viacredi desde 1994 e foi um dos percussores do Sistema Ailos. Com orgulho, ele relembra do início quando a cooperativa era focada apenas nos funcionários da Cia. Hering, mas que com o “boca a boca” blumenauense foi se tornando o que é hoje.
“Eu sempre digo para os cooperados. Todos nascemos para ser felizes, mas nossa felicidade está em fazer o bem para e com o nosso semelhante. Não é por acaso que estamos ocupando lugar de destaque. É porque pensamos em todos”.
Crescimento até na pandemia
Assim como os bancos, as cooperativas de crédito foram muito procuradas por empresas e pessoas que tiveram prejuízos ou se complicaram durante a pandemia de Covid-19. Diante disso, o Sistema Ailos como um todo teve uma grande atuação na liberação de recursos no Sul do país.
Em 2020, o sistema encerrou 2020 com um lucro – ou sobra, como é tecnicamente chamado – de mais de 180 milhões. Só em Blumenau, na Viacredi, os cooperados receberam proporcionalmente R$ 115 milhões como devolução.
“Em 2021 esse valor será parecido, porque mesmo com mais cooperados, baixamos bastante a taxa de juros para os financiamentos, diminuindo assim as sobras”, explicou Krambeck.
Planejamento até 2025
Com crescimento exponencial nos últimos anos, o Sistema Ailos está otimista com o mercado e possui planejamento certo. Desde o ano passado eles iniciaram o investimento em digital para chegar cada vez mais longe. Até 2025, a intenção é aplicar R$ 500 milhões apenas em tecnologia.
Além disso, segundo o presidente da Ailos, a intenção é alcançar a marca de 2 milhões de cooperados no Sul do Brasil até 2025, para depois pensar em expandir para o restante do país.
“A gente acredita que é possível e estamos com muito otimismo. A sociedade precisa entender que cooperativismo financeiro não é banco, que é algo dele. O cooperativista que escolhe, decide. Não existe cooperativa rica, existe cooperado com melhor qualidade de vida”.
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